MG: acusada por morte de primo do goleiro Bruno é condenada
A mulher acusada de participar do assassinato o primo do goleiro Bruno Fernandes, Sérgio Rosa Sales, em agosto do ano passado, foi condenada a 13 anos de prisão, nesta sexta-feira. A decisão do 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, negou que Deniza Cezário da Silva recorra da sentença em liberdade. Sales era um dos réus do processo de desaparecimento e morte da modelo Eliza Samudio, amante do ex-goleiro do Flamengo.
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Sérgio Rosa Sales foi morto há um ano, no bairro Minaslândia, na zona norte de Belo Horizonte. Durante o interrogatório, a ré reafirmou que foi assediada por Sérgio Sales um dia antes do crime e que comentou o fato com o então namorado Alexandre Ângelo de Oliveira, apontado como o executor de Sérgio. Um dia após o suposto assédio, eles foram até o local d a abordagem, ela desceu da moto e continuou o caminho a pé, sendo acompanhada de longe por Alexandre. Quando Sérgio se aproximou e passou a acompanhá-la, o namorado da ré começou a perseguição, efetuando diversos disparos de arma de fogo, até encurralar Sérgio em um lote, quando terminou a execução do crime.
Na fase de instrução do processo, ele confessou que atirou em Sérgio, por este ter assediado sua namorada, confirmando o cunho passional do crime. Por sua vez, Deniza negou os fatos narrados na denúncia e disse que não teve nenhum envolvimento com o assassinato, apenas confirmando que contou ao namorado sobre a abordagem.
Durante o julgamento de ontem, ela disse que não presenciou o assassinato e que apenas ouviu os disparos no caminho do trabalho. Argumentou que só fugiu e ficou escondida após saber que a polícia estava em busca dela e do namorado.
Entre as testemunhas ouvidas, estava a irmã da vítima, que depôs como informante. Ela disse que Sérgio vinha sendo ameaçado e que seu irmão, apesar de “mulherengo”, nunca chegou a forçar qualquer tipo de namoro. Para a promotoria, o casal armou uma emboscada para Sérgio e “Deniza foi peça fundamental na morte dele”. Em janeiro deste ano, Deniza e o namorado foram pronunciados ao Júri, mas seus processos acabaram desmembrados porque Alexandre decidiu recorrer da sentença de pronúncia e Deniza desistiu do recurso.
O advogado de defesa argumentou que não houve nenhuma manobra. Explicou que sua cliente queria um julgamento mais ágil, pois está presa. Quanto à motivação do crime, o advogado ressaltou que as investigações da polícia não apontaram a conexão do crime com o Caso Bruno.
Alexandre está preso na penitenciária Inspetor José Martinho Drumond e Deniza, no presídio São Joaquim de Bicas II.
O caso Bruno
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.
Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.
No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo. O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, foi julgado e condenado a 22 anos de prisão no dia 27 de abril de 2013.