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Caso Bruno

MG: após briga em presídio, Bruno perde dias de redução de pena

23 jan 2014 - 15h51
(atualizado às 15h56)
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Após se desentender com outros detentos e um agente penitenciário no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, onde cumpre pena, o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, que foi condenado a 22 anos de prisão pelo sequestro e assassinato da modelo Eliza Samudio, perderá 59 dias de redução de sua pena, por ter trabalhado na prisão.

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Como funciona o Tribunal do Júri

A cada três dias trabalhados, os presos descontam um dia da pena a que foram condenados. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), o ex-goleiro do Flamengo contabilizava 222 dias descontados de sua pena, valor que foi reduzido para 163 após a punição. 

Apesar de perder os dias trabalhados no desconto de sua pena, Bruno conseguiu diminuir o prazo para progredir ao regime semiaberto. Inicialmente prevista para janeiro de 2020, a progressão de regime do ex-atleta foi adiada, em setembro de 2013, por conta das ameaças feitas no presídio, para agosto de 2020. A decisão do TJ mineiro de ontem, porém, retornou a data-base para que Bruno passe ao semiaberto em janeiro. 

Segundo o desembargador Doorgal Andrada, relator do recurso, “a lei não prevê, como efeito do reconhecimento da falta grave, a alteração da data-base para a obtenção da progressão de regime.” Para o relator, o cometimento de falta grave implica apenas a perda dos dias remidos. 

O Terra tentou, mas não conseguiu contato com o defensor do goleiro para comentar a decisão da Justiça. 

Bruno se desentendeu no presídio

Em abril de 2013, Bruno ameaçou dois presos, dizendo que iria os “pegar” e “bater”, por conta de ambos terem “dedurado” suas ações. O ex-goleiro também teria afirmado para o coordenador do pavilhão que “mandava pegar e matar lá fora”. 

Em juízo, Bruno negou as ameaças e afirmou que apenas teve uma discussão com os dois presos, pelo fato de eles terem desrespeitado sua visita no final de semana anterior. 

Apesar de negar as ameaças, o ex-goleiro afirmou que avisou ao coordenador que iria conversar com os dois presos, por considerar uma “coincidência” que ele tenha sido proibido de trabalhar depois que os dois presos foram ouvidos pela direção da penitenciária.

O caso Bruno
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Terra
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