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Caso Bruno

MG: após briga em presídio, Justiça adia progressão de regime de Bruno

17 set 2013 - 23h04
(atualizado às 23h13)
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<p>Ap&oacute;s confus&atilde;o em pres&iacute;dio, Bruno teve progress&atilde;o de regime adiada</p>
Após confusão em presídio, Bruno teve progressão de regime adiada
Foto: Hoje em Dia / Futura Press

O ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, que foi condenado a 22 anos de prisão pelo sequestro e assassinato da modelo Eliza Samudio, teve sua data para a obtenção da progressão de regime adiada em quase seis meses por conta de um desentendimento com outros dois detentos e um agente penitenciário no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, onde cumpre pena. 

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Segundo a Justiça mineira, Bruno ameaçou os presos, o que foi considerado uma falta grave pelo juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC) Wagner de Oliveira Cavalieri. Por conta da decisão da Justiça mineira, Bruno só poderá progredir do regime fechado para o semiaberto a partir de 24 de agosto de 2020. Anteriormente, o ex-goleiro poderia passar a esse novo regime no dia 22 de janeiro do mesmo ano. 

Bruno também perderá 1/3 dos dias eventualmente abatidos dos dias e horas trabalhadas - uma forma de reduzir o tempo de cumprimento da pena - até a data da falta, cálculo que será feito posteriormente. 

Bruno se desentendeu no presídio

Segundo o processo, Bruno ameaçou dois presos, dizendo que iria os “pegar” e “bater”, por conta de ambos terem “dedurado” suas ações. O ex-goleiro também teria afirmado para o coordenador do pavilhão que “mandava pegar e matar lá fora”. 

Diversos presos foram ouvidos no procedimento administrativo gerado a partir do incidente. Em agosto deste ano, Bruno foi ouvido em uma audiência de justificação, junto com outras duas testemunhas.

Em juízo, Bruno negou as ameaças e afirmou que apenas teve uma discussão com os dois presos, pelo fato de eles terem desrespeitado sua visita no final de semana anterior. 

Apesar de negar as ameaças, o ex-goleiro afirmou que avisou ao coordenador que iria conversar com os dois presos, por considerar uma “coincidência” que ele tenha sido proibido de trabalhar depois que os dois presos foram ouvidos pela direção da penitenciária.

O caso Bruno
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Terra
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