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Caso Bruno

MG: em interrogatório, Bola diz que não matou Eliza Samudio

27 abr 2013 - 02h20
(atualizado às 06h16)
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<p>O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo</p>
O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação

Encerrou por volta das 01h30 da madrugada deste sábado a primeira parte do interrogatório do ex-policial civil, Marcos Aparecido dos Santos, que é julgado no fórum de Contagem (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte. O réu conhecido como Bola negou ter matado e escondido o corpo da ex-modelo Eliza Samudio. Ele é acusado de matar, esquartejar e sumir com o corpo da ex-amante do goleiro Bruno que foi condenado a 22 anos de prisão. Os trabalhos retornam às 10h deste sábado.

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Bola falou por quase duas horas no plenário. Aparentando muito cansaço, ele pediu para seguir com o depoimento em outro momento, pois estava “debilitado”. O ex-policial explicou para a juíza e os jurados que não conhecia o goleiro Bruno. Porém, disse que teve contado com Macarrão por duas vezes, mas era para discutir sobre futebol e tentar um time para seu filho.

O réu disse ainda qual é sua relação com outras duas figuras importantes deste processo: primeiramente seu advogado de defesa, Ércio Quaresma, que tem amizade por mais de 20 anos, e o delegado Edson Moreira, seu inimigo declarado.

Sobre os problemas com o ex-delegado e hoje vereador de Belo Horizonte, Bola disse que já negou torturar uma pessoa quando foi mandado por Moreira. Ele ainda deixou claro que o antigo chefe do departamento de investigações é arrogante.

Arteiro destituído

Por volta de uma hora da madrugada deste sábado, a juíza Marixa Fabiane recebeu um documento onde a mãe de Eliza Samudio, Sônia de Fátima, destituiu o polêmico advogado José Arteiro e Adinan Quintão Linhares, ambos assistentes da acusação. Agora somente a defensora Maria Lúcia Borges segue na defesa dos interesses da família da vítima. Os motivos não foram explicados.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Especial para Terra
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