O segundo dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, começou por volta das 9h15 desta terça-feira com o depoimento do preso Jaílson Alves de Oliveira, ex-colega de cela do réu. Bola é acusado de matar, esquartejar e ocultar o corpo da modelo Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno. O júri ocorreu no Fórum de Contagem (MG), região metropolitana de Belo Horizonte.
Jailson é detento da penitenciária Nelson Hungria. Ele dividiu cela com Bola, que teria revelado a ele um suposto plano de matar a juíza Marixa Fabiane, o vereador Edson Moreira, o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG) e outras quatro pessoas.
Antes das perguntas para Jaílson, a juíza Marixa leu o depoimento prestado pela testemunha em 26 de abril de 2011, na Vara de Execuções Penais. Na oitiva da época, ele relatou que ouviu Bola confessar sobre a morte de Eliza Samudio.
Em seguida, a juíza leu outro depoimento do preso, prestado em 13 de junho de 2011, quando relatou planos de Bola para matar a magistrada Marixa, o delegado Edson Moreira e o deputado Durval Ângelo. Segundo Jaílson, o matador seria o traficante Nem da Rocinha.
A testemunha afirmou na época que, por ter denunciado o plano à juíza, foi ameaçado por Bola. A juíza leu também outros depoimentos prestados por Jaílson. Um em Ribeirão das Neves e outro no Salão do Júri de Contagem. Jaílson chegou a dizer que Bruno estava envolvido com o tráfico de drogas em Ribeirão das Neves. Após a leitura das oitivas, Jaílson confirmou as informações dadas por ele.
Além do ex-colega de cela de Bola, também está previsto o depoimento do delegado Edson Moreira. Ao todo, mais oito testemunhas ainda serão ouvidas.
Primeiro dia
No primeiro dia do julgamento, a delegada Ana Maria Santos, que participou das investigações no início do processo em 2010, prestou depoimento. Durante alguns momentos, Bola chorou no plenário enquanto acompanhava os trabalhos.
O promotor Henry Vagner disse ao final do júri de ontem que a estratégia da defesa foi um tiro no pé e cansou os jurados. Os advogados do réu insistiram em questionar a delegada Ana Maria sobre o motivo pelo qual os policiais suspeitos José Lauriano, Zezé, e Gilson Costa, não foram indiciados pela Polícia Civil. Segundo a defesa, foram mais de 50 ligações telefônicas entre os suspeitos e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, no período em que Eliza estava sequestrada.
A previsão é que o júri perdure até o final da semana. O advogado José Arteiro Cavalcante, assistente de acusação, atendeu a imprensa na porta do Fórum antes do inicio do júri e disse que não acredita que Bola irá confessar o crime. “Ele (Bola) vai ficar melhor que o Bruno. Pode pegar menos de 20 anos. Ele não vai confessar”, disse.
22 de abril - Populares protestam em frente ao Fórum antes do início do julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado da morte de Eliza Samudio
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
22 de abril - José Arteiro, assistente de acusação, chega para o julgamento de Bola no Fórum de Contagem (MG)
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
22 de abril - Delegado Edson Moreira, que chefiou as investigações na época do crime, chega para acompanhar o julgamento de Bola
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra
22 de abril - Julgamento de Bola começou por volta das 9h30 desta segunda-feira no Fórum de Contagem
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
22 de abril - Juíza Marixa Fabiane negou o pedido de adiamento do julgamento feito pela defesa
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
22 de abril - Ex-policial é acusado de matar, esquartejar e ocultar o corpo da modelo Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
22 de abril - Promotor Henry Vasconcelos durante julgamento de Bola
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
22 de abril - Ex-policial Bola durante o primeiro dia de seu julgamento no Fórum de Contagem, em Minas Gerais
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
22 de abril - Enquanto ocorria o sorteio dos jurados, Bola aguardava com as mãos no rosto no plenário do Fórum
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
22 de abril - Ex-policial Bola chorou no primeiro dia de seu julgamento
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
22 de abril - Ex-policial nega envolvimento no desaparecimento e na morte de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
22 de abril - Ex-policial Bola se manteve com semblante fechado durante o primeiro dia de julgamento
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
22 de abril - Delegada Ana Maria, de costas, durante o seu depoimento nesta segunda-feira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
22 de abril - Segundo a defesa, Bola está sendo vítima de uma vingança do delegado Edson Moreira, com quem tem uma rixa
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
23 de abril - Bola mantém o semblante fechado no segundo dia de seu julgamento no Fórum de Contagem (MG)
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
23 de abril - Antes do início dos trabalhos do dia, Bola conversa com sua defesa dentro do plenário
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
23 de abril - Advogados que defendem Bola conversam no plenário antes do início da sessão desta terça-feira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
23 de abril - Bola acompanhou no segundo dia do julgamento parte do depoimento de seu ex-colega de cela, Jaílson Alves de Oliveira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
23 de abril - Bola se mantém sério no plenário do Fórum de Contagem (MG)
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
23 de abril - Promotor Henry Vasconcelos no segundo dia de julgamento de Bola
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
23 de abril - Sentado de costas, de vermelho, Jaílson Alves de Oliveira, ex-colega de cela do réu, é questionado pelo assistente de acusação, José Arteiro
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
23 de abril - Advogados de Bola também fizeram perguntas a Jaílson nesta terça-feira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
23 de abril - Promotor Henry Vasconcelos faz questionamentos a Jaílson, ex-colega de cela de Bola
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
23 de abril Bola observa o deputado enquanto ele depõe
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
23 de abril O deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG) fala como testemunha no julgamento de Bola. O parlamentar é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de MG
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24 de abril - Julgamento do ex-policial Bola chega no terceiro dia no Fórum de Contagem (MG), região metropolitana de Belo Horizonte
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24 de abril - Sessão nesta quarta-feira começou por volta das 9h30
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24 de abril - Jornalista José Cleves da Silva foi o primeiro a ser ouvido, testemunha arrolada pela defesa do réu
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24 de abril - Na década pássada, Cleves foi indiciado pela polícia pela morte da ex-mulher, assassinada a tiros, mas absolvido na Justiça
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24 de abril - O delegado que investigou Cleves foi Edson Moreira, também chefe das investigações do caso Eliza Samudio
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24 de abril - A intenção dos 12 advogados de Bola é mostrar os erros e maldades do Edson Moreira nas duas investigações"
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24 de abril - Bola é acusado pela morte e sumiço do corpo de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno
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24 de abril - Bola permaneceu no plenário durante depoimento do jornalista José Cleves
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24 de abril - Julgamento do ex-policial Bola deve seguir até a próxima sexta-feira
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24 de abril O delegado Edson Moreira depõe no julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
25 de abril - Julgamento do ex-policial Bola - acusado de matar, esquartejar e sumir com o corpo de Eliza Samudio - chega no quarto dia no Fórum de Contagem (MG)
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25 de abril - Réu entrou no plenário do Fórum de Contagem (MG) por volta das 9h desta quinta-feira
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25 de abril - Defesa de Bola antes do início da sessão desta quinta-feira
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
25 de abril - Assim como nos dias anteriores, Bola se manteve com semblante fechado no plenário
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25 de abril - No início da sessão desta quinta-feira, delegado Edson Moreira prosseguiu com o seu depoimento, iniciado ainda ontem
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25 de abril - Delegado Edson Moreira foi o responsável por comandar as investigações na época do desaparecimento de Eliza Samudio
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25 de abril - Depoimento de Moreira prosseguiu nesta quinta-feira por conta de um pedido do advogado de Bola, Ércio Quaresma, que alegou cansaço na sessão de ontem
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
25 de abril - Expectativa agora é pelo depoimento do ex-policial Bola
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação
26 de abril - O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
26 de abril - O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
26 de abril - O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
26 de abril - O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
26 de abril - O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem, foi reservado para a leitura de peças do processo
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação
27 de abril - No sexto e última dia do julgamento, Bola foi condenado a 22 de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio
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O caso Bruno
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.
Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.
No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo. O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.