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Caso Bruno

MG: Promotoria deixa plenário contente com depoimento de Dayanne

Dayanne Rodrigues, ré do processo, foi interrogada nesta terça-feira

6 mar 2013 - 00h28
(atualizado às 00h55)
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<p>A ex-mulher do goleiro contou que encontrou com Eliza no sítio e conversou com a modelo</p>
A ex-mulher do goleiro contou que encontrou com Eliza no sítio e conversou com a modelo
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação

Após mais um intenso dia de julgamento do Caso Eliza Samudio, que acontece no fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, o promotor de justiça, Henry Vasconcelos, deixou o plenário contente. Segundo ele, o depoimento de Dayanne foi importante e teve uma pequena confissão.

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“Ela sabia que a criança era sequestrada, porém, não sabia do destino da Eliza, pois também poderia responder por este crime. Dayanne reconheceu que, a partir do momento em que foi orientada a não falar nada, ela sabia do crime. Ela inclusive se apresentou na polícia, afirmou que não conhecia a criança e disse que era a mulher de Bruno que estava desaparecida”, disse.

Vasconcelos explicou ainda que o testemunho de Dayanne na noite desta terça-feira foi prejudicial ao Bruno. “O depoimento dela compromete o ex-atelta. Ele sabia dos acontecimentos. Querem um exemplo disso? Bruno não deixou Dayanne entrar no sítio. Depois de muita insistência dela, ele a levou até o quarto e disse: ‘está aí sua amiguinha’. Isso mostra bem como ele tratava suas mulheres”, afirmou.

Pela primeira vez o promotor Henry Vasconcelos colocou Bruno na cena do crime. Ele mostrou os indícios que tem para confirmar que o atleta esteve presente na residência de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

“O Sérgio retratou isso. Bruno seguiu com Jorge, Macarrão e Bola. Conforme depoimento de Sérgio, que foi exibido em vídeo hoje no plenário, ele foi ao local do crime. A promotoria atenta percebeu pontos: a ligação do celular do Jorge para Dayanne, o registro da portaria do sítio que confirmou que Bruno chegou cerca de cinco minutos antes dos outros no carro que tinha dado de presente a Macarrão, além da reconstituição de Sérgio”, argumentou.

Henry finalizou a entrevista afirmando que espera a condenação do ex-atleta. “A confissão beneficia somente ele. Mas se não quiser a promotoria tem provas suficientes, fortes e é dispensável a declaração dele. Eu quero que ele seja condenado, porque é justo”, disse.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Conheça as acusações e penas máximas possíveis contra os réus

Réu Acusações Pena máxima
Bruno Homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio 41 anos
Dayanne Sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio 5 anos
 

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013. 

Fonte: Terra
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