Morte de Eliza completa 4 anos; Bruno obtém transferência
A Justiça de Minas Gerais autorizou a transferência do goleiro Bruno para o presídio de Francisco Sá, a 50 km de Montes Claros, no norte do Estado. A autorização foi publicada nesta terça-feira no Diário Oficial de MG. Bruno foi condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio. O crime completa quatro anos nesta terça-feira.
O pedido de transferência de Bruno da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, onde está desde 7 de julho de 2010, para Montes Claros foi protocolado em janeiro. Um dos requisitos que a Justiça analisou para atender a solicitação é ter residência fixa ou trabalho. Segundo os advogados de defesa do goleiro, a atual mulher dele, a dentista Ingrid Calheiros, alugou uma casa na cidade mineira. A intenção da defesa de Bruno é tentar que a Justiça autorize ele a trabalhar.
No dia 28 de fevereiro deste ano o ex-jogador do Flamengo assinou contrato de cinco anos com o Montes Claros, time da segunda divisão mineira, como salário mensal é de R$ 1.430. Os direitos econômicos de Bruno foram fixados em R$ 2,86 milhões e o nome dele já foi publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol, o que permite que ele atue pelo clube do norte de Minas.
De acordo com a legislação, Bruno só poderia pleitear o direito de trabalhar quando estivesse no regime semiaberto, o que deve ocorrer somente em 2018. Mesmo assim, o advogado de Bruno, Francisco Simim, insiste para que o cliente retorne aos gramados antes desse prazo. "Sob escolta, com uma pessoa da Secretaria de Segurança acompanhando ele, o Bruno pode sim sair para trabalhar. Já há casos de presos do regime fechado que deixam o presídio para estudar ou trabalhar. Eu mesmo tenho duas clientes do regime fechado que fazem o curso de Direito e saem escoltadas e em uma van da Secretaria de Segurança para estudar", alegou.
A Secretaria de Defesa Social de MG (Seds-MG) informou que, por motivo de segurança, não pode divulgar a data da transferência.
Permuta de presos
Menos de um mês após Bruno ter assinado contrato com o clube, o juiz Francisco Lacerda de Figueiredo, da comarca de Montes Claros (MG), respondeu o ofício do colega da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Contagem, Wagner de Oliveira Cavalieri, descartando a possibilidade de receber o Bruno na penitenciária local.
Segundo Figueiredo, o presídio estava operando acima da capacidade e, portanto, não havia como receber o condenado, mas os advogados de defesa solicitaram uma troca de detentos. Nesse caso Bruno iria para o norte do Estado e um preso que estava em Montes Claros viria para a Penitenciária Nelson Hungria, em uma espécie de permuta.