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Caso Bruno

Novo depoimento de Bruno é 'ato de desespero', diz acusação

7 mar 2013 - 12h48
(atualizado às 12h50)
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<p>O goleiro Bruno Fernandes e a ex-mulher dele, Dayanne do Carmo, no 4&ordm; dia do julgamento</p>
O goleiro Bruno Fernandes e a ex-mulher dele, Dayanne do Carmo, no 4º dia do julgamento
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra

O novo depoimento do goleiro Bruno Fernandes, prestado na manhã desta quinta-feira, no qual ele admite que sabia que sua ex-amante Eliza Samudio seria morta, foi um "ato de desespero de uma defesa perdida", avaliou o assistente da acusação, advogado Cidnei Karpinsky. Para ele, a afirmação de Bruno pode ser considerada uma confissão, mas apenas rasa, e que terá pouco efeito em termos de desconto na pena que será aplicada, caso o ex-jogador do Flamengo seja condenado.

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"Trata-se de um ato de desespero de uma defesa perdida e desarticulada. Ele terá um benefício mínimo, nada mais do que seis meses a menos na pena. É uma atenuante fraca", afirmou, durante intervalo do julgamento que ocorre no fórum de Contagem, na Grande Belo Horizonte. Advogado de defesa de Bruno, Luiz Adolfo explicou que a decisão de Bruno falar foi tomada nesta manhã, no tribunal. Ao chegar ao Fórum, Adolfo tinha declarado que o goleiro não falaria novamente, mas em conversa posterior com Bruno definiu que o réu precisava falar mais.

"Vi a repercussão na imprensa considerando que ele não tinha confessado. Falei com ele, que a juíza precisava de elementos completos. Perguntei se ele tinha ciência da morte iminente da Eliza, e ele me respondeu que sim. Orientei para que ele prestasse mais esclarecimentos”, comentou. Adolfo ressaltou estar confiante de que Bruno poderá ter um desconto considerável na pena, caso seja condenado. Porém, salientou que trabalha com a possibilidade de ele ser absolvido. “Temos, neste momento, a consideração de que o Bruno poderá sair daqui pela porta da frente”, declarou.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Conheça as acusações e penas máximas possíveis contra os réus

Réu Acusações Pena máxima
Bruno Homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio 41 anos
Dayanne Sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio 5 anos
 

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

Bruno ainda não delatou nem confessou, diz Jurista:

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013. 

Fonte: Terra
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