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Caso Bruno

Polícia encerra busca sem encontrar corpo de Eliza em MG

25 jul 2014 - 13h24
(atualizado às 14h31)
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<p>Polícia fez buscas ao corpo de Eliza Samudio em um terreno na região metropolitana de Belo Horizonte (MG) na manhã desta sexta-feira</p>
Polícia fez buscas ao corpo de Eliza Samudio em um terreno na região metropolitana de Belo Horizonte (MG) na manhã desta sexta-feira
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra

Terminou sem sucesso a busca realizada pela Polícia nesta sexta-feira pelos restos mortais de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno. A busca foi feita no terreno da rua Aranha, no bairro Santa Clara, em Vespasiano (MG), região metropolitana de Belo Horizonte, local onde Jorge Lisboa Rosa Sales, primo do goleiro Bruno, disse ter visto Eliza.

As buscas, iniciadas por volta das 10h30 com auxílio de uma escavadeira, foram encerradas por ao redor 13h30. Um buraco de 15 metros de largura por 10 metros de comprimento e 3 metros de profundidade foi aberto, onde foram encontrados somente restos de lixo sem relação com o crime. Chorando, o primo de Bruno se disse decepcionada com o fracasso da busca, mas reafirmou sua convicção da pista dada para encontrar os restos mortais de Eliza.

“Estou bastante decepcionado, pensei que fosse desenterrar ela. Eu tenho certeza que estava ali”, disse Jorge. "No dia em que nós chegamos, arrastamos o corpo dela até próximo daquele pé de coqueiro. Estava ali, onde eu apontei e disse que estava. Quem enterrou foi o Bola, o Macarrão, e eu ajudei a enterrar também."

“Estou aqui chateado, com o coração muito apertado. Achei que eu ia dar um enterro digno pra ela, me coloquei no lugar dela. A mãe dela deve estar desesperada. Ela achou que ia realmente enterrar a filha dela. Não foi o que aconteceu, mas (tem que) entregar na mão de Deus, ele sabe o que faz.”

O primo de Bruno disse ter só revelado agora a possível localização do corpo de Eliza por "pressão" e que mudou de ideia ao descobrir que revelar a suposta localização lhe faria bem. “Eu não falei antes porque eu estava na pressão. Muitas gente em cima de mim, resolvi não falar. Depois que foi passando o tempo, fui falando com meu tio, José Carlos, ele me disse que, se fosse fazer bem pro coração, era melhor falar.“

Hipóteses

Em face do fracasso da busca, o primo de Bruno sugeriu que outros envolvidos no crime podem ter decidido tirar o corpo do local com base na premissa de que acabaria por entregar a informação à polícia. A incerteza, em todo caso, abre novas dúvidas aos investigadores.

"Tem várias hipóteses. Pode não ter sido aqui, pode ter confundido o local, pode ter ocorrido uma retirada posterior do corpo", disse o delegado Wagner Pinto, presente à escavação. Ele, todavia, não acredita que o corpo tenha sido retirado, dada a improbabilidade de criminosos retornarem à cena do crime. "É bastante arriscado e ousado (retirar o corpo). Essa hipótese existe, mas é bastante remota. (...) O trabalho nosso (aqui) está esgotado."

O advogado de Jorge, Nélio Andrade, referendou a convicção do primo de Bruno. "O menino está firme e convicto, ele participou inclusive da empreitada", disse ele, afirmando que seu cliente não teria razão para se expor sem necessidade. A busca pelo local onde estaria o corpo de Eliza teve início na manhã de hoje. Após cerca de duas horas, o rapaz conseguiu indicar um lote vago, na região metropolitana de Belo Horizonte, porém mais perto do sítio de Bola que do aeroporto.

"Se o Jorge indicar outro local, a informação vai se checada", disse o delegado responsável pela investigação. "Não podemos dormir com essa dúvida."

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, foi condenado a 22 anos em abril de 2013.

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Fonte: Especial para Terra
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