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Caso Bruno

Prima de Bruno ajudou a promotoria, afirma advogado

Célia Sales foi interrogada por mais de 2 horas e teria favorecido a acusação

5 mar 2013 - 15h56
(atualizado às 16h04)
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<p>O goleiro cumprimenta a prima, que foi testemunha de defesa no julgamento</p>
O goleiro cumprimenta a prima, que foi testemunha de defesa no julgamento
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação

Após o depoimento de Célia Aparecida Rosa Sales, prima do goleiro Bruno Fernandes, que ficou por mais de 2 horas sendo interrogada no Tribunal do Júri em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), o assistente da acusação, José Arteiro, afirmou que as palavras da parente do ex-jogador foram favoráveis para a promotoria. Segundo o advogado, a mulher, que foi chamada pela defesa, tentou ajudar Bruno, mas não conseguiu.

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Como funciona o Tribunal do Júri

"A defesa trouxe uma testemunha dessa, como é que pode? Ela trouxe notícia boa, mas foi só pra gente. A defesa fez as perguntas e ela respondeu. Quando veio pra gente (acusação), pegamos forte e ela não aguentou, entregou todo mundo", afirmou. Para o advogado, o depoimento de Célia, que entre outras coisas disse que Bruno e Dayanne tinham bom relacionamento com Eliza, que presenciou a modelo fazendo comida para o bebê e afirmou ainda que não viu nenhuma cena de cárcere e não percebeu a ex-modelo machucada, o depoimento foi ruim para o ex-atleta. 

"Foi péssimo para o Bruno. Quando perguntamos ela caiu, ela esborrachou. Ela estava instruída a responder o que queria, mas não conseguiu", disse. O julgamento retornou na tarde desta terça-feira, após uma pausa para almoço. A expectativa agora está no dia e horário que o goleiro falará. Além disso, existe a probabilidade de Bruno confessar o crime, buscando uma redução na pena.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Conheça as acusações e penas máximas possíveis contra os réus

Réu Acusações Pena máxima
Bruno Homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio 41 anos
Dayanne Sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio 5 anos
 

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

"Todos fogem de acusar Bola", afirma delegado:

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

Ninguém tomou sangue de Eliza de canudinho, diz advogado:

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013. 

Fonte: Terra
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