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Caso Bruno

Primo do goleiro Bruno indica onde estaria corpo de Eliza

Jorge Sales levou o delegado ao local, próximo à casa de Bola. Polícia voltará ao local na manhã desta sexta para escavações

24 jul 2014 - 20h15
(atualizado em 25/7/2014 às 08h40)
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Jorge chorou ao reconhecer local, diz advogado
Jorge chorou ao reconhecer local, diz advogado
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra / Reprodução

Jorge Lisboa Rosa Sales, primo do goleiro Bruno Fernandes, já indicou à polícia o local onde estaria o corpo de Eliza Samudio, ex-amante do atleta. Jorge chegou nesta quinta-feira a Belo Horizonte, por volta das 5h da madrugada, escolatado por policiais militares do Rio de Janeiro. Ele estava acompanhado pelo advogado Nélio Andrade, ligado à rádio Tupi, também do Rio. Anteriormente, em entrevista à emissora, o jovem disse saber onde estava o corpo, pois teria judado a enterrá-lo.

Segundo o advogado, Jorge disse que saberia mostrar o local se eles saíssem da casa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que seria o executor da vítima, e que seria perto do aeroporto de Confins. Após cerca de duas horas, o rapaz conseguiu indicar um lote vago, na região metropolitana de Belo Horizonte, porém mais perto do sítio de Bola que do aeroporto. Mas como ele havia diantado, a área tinha um coqueiro e vegetação alta. "Ele deu 100% de certeza de ser ali", afirmou o delegado Wagner Pinto, um dos responsáveis pela investigação.

Delegado Wagner Pinto ouve primo de Bruno nesta quinta-feira
Delegado Wagner Pinto ouve primo de Bruno nesta quinta-feira
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra

O advogado que acompanha Jorge disse que o primo de Bruno se emocionou e chorou ao chegar ao local. O delegado havia encontrado o grupo em uma Companhia da Polícia Militar. Então, Jorge foi levado ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, onde foi ouvido das 17h até por volta das 20h30.

Primo de Bruno detalha morte de Eliza e indica local do corpo:

Outros delegados que apuraram o caso na época também foram ao DHPP: Alessandra Wilke, Júlio Wilke e Edson Moreira (ex-delegado que chefiou as investigações).

Após o depimento, Wagner Pinto disse que serão feitas escovações em busca do corpo a partr das 9h desta sexta-feira.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, foi condenado a 22 anos em abril de 2013.

Fonte: Especial para Terra
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