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Caso Bruno

Promotor chama advogado de Bola de 'canalha' durante julgamento

Henry Vasconcelos disse que Ércio Quaresma "não é homem, é um crápula, mentiroso"

27 abr 2013 - 19h53
(atualizado às 19h55)
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<p>O interrogat&oacute;rio de Bola neste sexto dia de julgamento come&ccedil;ou &agrave;s 10h50</p>
O interrogatório de Bola neste sexto dia de julgamento começou às 10h50
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação

O promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos Castro e Ércio Quaresma, advogado do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, voltaram se atacar durante os debates entre promotoria e defesa no júri popular que acontece no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Castro chamou novamente Ércio Quaresma de "canalha" a afirmou que o defensor "não é homem, é um crápula, mentiroso".  O interrogatório de Bola neste sexto dia de julgamento começou às 10h50.

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Castro se referia à estratégia da defesa que tenta desqualificar a tese da acusação, afirmando que não há provas no processo e que "Bola é vítima de armação do delegado Edson Moreira e do Ministério Público", segundo afirmou mais cedo Quaresma, dizendo ironicamente ainda que o promotor seria "aquele moço garboso". "Covarde, canalha, estúpido e vagabundo. Quem não é homem é você, seu crápula", repetiu. "Eu nunca vi drogado ser herói. Eu nunca vi mentiroso crápula ser herói", completou.

As declarações aconteceram durante a réplica do promotor, que apresentou aos jurados provas da participação de Bola na morte e ocultação do cadáver de Eliza Samudio, dizendo ainda que a tese da defesa de que o primo de Bruno, Jorge Luiz Lisboa Rosa, se referia a outro policial investigado no caso, José Lauriano de Assis, o Zezé. "O Jorge presenciou, sim. As provas são simplesmete múltiplas, vastas, inúmeras (...) Jorge disse (em novo depoimento para a polícia) que o assassino não era negro e alto. 'Eu menti só para desbaratinar'", citou Castro, lendo o depoimento de Rosa.

Após a réplica do promotor será a vez dos defensores de Bola fazerem a tréplica, que durará uma hora. Em seguida os jurados se reúnem para decidir se o réu é ou não culpado pelo crime. A sentença, em caso de condenação, será redigida e lida em plenário pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues. O resultado deverá sair por volta de 21h.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Especial para Terra
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