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Caso Bruno

Promotor pede retirada de inquérito sigiloso em julgamento de Bruno

Investigação paralela feita pela Polícia Civil investiga participação de mais 2 policiais na morte de Eliza

4 mar 2013 - 11h05
(atualizado às 22h00)
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Mulher com o corpo todo pintado de vermelho protesta em frente ao Fórum de Contagem
Mulher com o corpo todo pintado de vermelho protesta em frente ao Fórum de Contagem
Foto: Cirilo Junior / Especial para Terra

O promotor Henry Castro pediu à juíza Marixa Rodrigues que seja retirado da pauta do julgamento do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes - que começou nesta segunda-feira no Fórum de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte (MG) - o inquérito sigiloso, que é uma investigação paralela feita pela Polícia Civil, a pedido dele, da participação de outros dois policiais civis na morte de Eliza Samudio, ex-amante de Bruno. 

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O advogado do ex-atleta, Lúcio Adolfo, rebateu, afirmando que não vê como sigiloso o inquérito, já que o promotor deu entrevista, veiculada no domingo no Fantástico, da Rede Globo, comentando o assunto. No julgamento, o advogado Ércio Quaresma, atualmente defensor de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, pediu a palavra e, mesmo com a negação da juíza, interpelou e pediu que as testemunhas não comuns, que foram dispensadas pelo Ministério Público - Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno, e Cleiton Gonçalves, ex-motorista do goleiro - sejam ouvidas. 

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo. O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Especial para Terra
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