Caso do brigadeirão: namorado de ‘cigana’ diz que viu suspeitas moerem remédio antes do crime
Investigação aponta que assassinato foi planejado meses antes
O namorado de Suyany Breschak, que não teve identidade revelada, afirmou que viu a ‘cigana’ e a psicóloga Júlia Pimenta, suspeita de matar o parceiro com um brigadeirão envenenado, moendo o remédio que seria misturado ao doce. De acordo com as investigações da polícia do Rio de Janeiro, há provas suficientes para incriminar Júlia.
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“Eu vi a Júlia moendo remédio lá de cima da pia lá de casa. Entendeu? Esfarelando o remédio. Elas pegaram esses pozinhos do remédio que estava virando pó, colocavam tipo no saquinho de sacolé. Dava um nó, guardou", afirmou.
A declaração foi dada em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, que foi ao ar neste domingo, 9. Segundo as autoridades, exames confirmaram a presença de morfina e outras substâncias no corpo de Marcelo Ormond. Ao que tudo indica, o crime foi premeditado com meses de antecedência e teve como mentora Suyany, que se apresentava como líder espiritual. Ambas estão presas.
"Eu não sabia que ela era capaz de fazer uma coisa dessa. De auxiliar alguém a matar outra pessoa. Ela chegou a falar que a Júlia mandou uma mensagem para ela [Suyany] assim: 'Eu vim aqui malhar e ele está lá mortinho ", disse.
Morte por envenenamento
O empresário foi visto pela última vez no dia 17 de maio. Imagens de câmera de monitoramento do elevador do prédio em que o casal morava, no Engenho Novo, no Rio de Janeiro, mostram os dois juntos. Segundo as investigações, Júlia manteve o corpo do namorado no apartamento por três dias.
Depois, dirigiu até a Região dos Lagos com o carro da vítima e entregou a Suyany, para quitar uma dívida de R$ 600 mil por trabalhos espirituais. O veículo foi entregue para Victor Chaffi, ex-namorado da ‘cigana’, que foi autuado pelo crime de receptação e responde em liberdade.
As autoridades afirmam que a relação de Júlia com Suyany era profunda. Quando se mudou para a casa de Luiz, um mês antes do crime, Júlia mantinha outro relacionamento. Ela chegou a afirmar que iria ficar longe para trabalhar como babá, sustentando a farsa com fotos do suposto local, das crianças e com áudios de uma mulher chamada Natália, que era Suyany. Segundo a polícia, esse período foi o tempo determinado para matar o namorado.
A defesa de Suyany afirma que a suspeita não tinha nenhuma motivação para cometer o homicídio, uma vez que ela, no máximo, tinha interesse financeiro e que, para que seu objetivo fosse alcançado, o relacionamento de Júlia com Luiz Marcelo deveria continuar por bastante tempo.
Já a defesa de Júlia disse que analisa os documentos e que logo irá prestar esclarecimentos. Para a polícia, o crime foi realizado por razões financeiras, e que ambas queriam ficar com os bens da vítima, que era dona de imóveis.