Script = https://s1.trrsf.com/update-1731943257/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js

Polícia

Caso Eloá: inquérito apura se desfecho trágico é culpa da PM

14 out 2009 - 11h20
(atualizado às 12h38)
Compartilhar

O cerco ao apartamento em que Lidemberg Alves e Eloá Pimentel estavam terminou ao cair da noite do dia 17 de outubro. As últimas negociações com o sequestrador terminaram e havia a suspeita da coordenação de que ele fosse matar a refém e se suicidar. Um estouro precedeu a entrada do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). O resultado seria conhecido minutos depois: Eloá mortalmente ferida e Nayara baleada no rosto.

Morte de Eloá completa um ano
Morte de Eloá completa um ano
Foto: Reinaldo Marques / Terra

A ação do Gate foi imediatamente coberta de críticas por especialistas. Em especial, o retorno de Nayara Rodrigues, então com 15 anos, ao local em que fora feita refém. O diretor-presidente da Fundação Criança de São Bernardo do Campo e membro do conselho estadual de direitos humanos (Condepe), Ariel de Castro Alves, afirma que a menina foi exposta a um "risco desnecessário".

"Foi uma situação inusitada, nunca se viu algo parecido em uma ação policial, seja no Brasil ou no mundo", diz Alves. Ele ainda reforça que a invasão do apartamento foi "atabalhoada", não usou trabalho de inteligência e deu "todas as condições" para que o sequestrador atirasse nas vítimas. A atuação da PM fez com que Alves solicitasse apuração da Corregedoria responsável pela PM.

O inquérito policial militar foi finalizado em setembro. O coronel Paulo César Franco pediu o arquivamento do caso à Justiça. O Ministério Público determinou que novas diligências fossem feitas. A PM negou entrevista com o comandante da operação ao Terra.

Em nota, a PM culpa Lindemberg pelo desfecho trágico do caso e afirma que invadiu o apartamento "em legítima defesa de terceiros, de forma técnica e comedida". A corporação cita ainda outras ações para reforçar que a morte de Eloá foi um caso isolado em ações do Gate.

Alves avalia que a postura tende a atrapalhar o aprimoramento dos agentes públicos. "Admitir o erro seria o primeiro passo para uma melhor atuação em outras situações", diz.

Relembre o caso

A estudante Eloá Cristina Pimentel, foi refém do ex-namorado por 100 horas no apartamento em que morava com a família, num conjunto habitacional na periferia de Santo André, região do Grande ABC paulista. Inconformado com o fim do namoro, o motoboy invadiu o apartamento no dia 13 de oububro de 2008. Ele chegou a manter quatro reféns, mas no mesmo dia libertou dois adolescentes que estavam no local. No dia seguinte, libertou Nayara. No entanto, como parte das estratégias de negociação, a adolescente voltou ao apartamento na manhã do dia 16.

O sequestro terminou no dia 17 de outubro, quando o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) explodiu a porta e deteve Lindemberg. As amigas Nayara e Elóa deixaram o apartamento feridas por disparos feitos pela arma usada por Lindemberg. Na noite do dia 18, foi diagnosticada a morte cerebral de Eloá.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Seu Terra