Caso Embelleze: Monique Elias recebeu R$ 74 milhões em cotas da empresa do ex-marido e beneficiou filho e ex-amante
Monique fingiu ser outra pessoa em e-mails para influenciar decisões do fundador da Embelleze durante 10 anos
A Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou um esquema de fraude envolvendo Monique Elias, que usou uma identidade fictícia para manipular o empresário Itamar Serpa Fernandes por mais de 10 anos. Monique e outros envolvidos foram indiciados por diversos crimes, incluindo estelionato e lavagem de dinheiro.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou detalhes sobre o suposto esquema de fraude liderado pela influenciadora Monique Elias para manipular e desviar dinheiro do empresário Itamar Serpa Fernandes, fundador da Embelleze.
Segundo as investigações, Monique utilizou uma identidade fictícia, chamada “Jéssica Ferrer", para influenciar decisões pessoais e comerciais do ex-marido entre 2012 e 2023. As informações foram reveladas pela TV Globo.
De acordo com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Monique, seu filho João Carlos Elias e seu ex-amante, Matheus Palheiras, foram indiciados por estelionato, furto mediante fraude e associação criminosa. Monique também é investigada por lavagem de dinheiro.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Como funcionava o esquema
A fraude teria começado em 2012, quando Monique passou a enviar e-mails para Itamar se passando por Jéssica Ferrer, uma suposta amiga e conselheira. As mensagens incentivavam o empresário a se afastar de familiares e aliados, consolidando o controle de Monique sobre sua vida e seus negócios.
Com a influência da personagem fictícia, Itamar formalizou o divórcio de sua ex-esposa em 2013 e se casou com Monique. Nos anos seguintes, ela teria utilizado a mesma estratégia para interferir na gestão da Embelleze, afastando o filho de Itamar, Jomar Fernandes, e favorecendo seu próprio filho, João Carlos.
Entre 2019 e 2023, segundo a polícia, Monique separou-se oficialmente de Itamar, iniciou um relacionamento com Matheus Palheiras, com quem tinha um caso, mas continuou manipulando o empresário. Durante esse período, mais de R$ 6 milhões foram transferidos para Monique, João Carlos e Matheus.
Além disso, Itamar alterou seu testamento para beneficiar Monique e seu filho em detrimento de seus herdeiros diretos. Foram descobertas apólices de seguro de vida no valor de R$ 28 milhões em favor de Monique.
Investigação
A polícia identificou que os e-mails enviados por "Jéssica Ferrer" foram acessados a partir de dispositivos e IPs ligados a Monique. Um dos números usados para criar a conta estava vinculado a um celular registrado em nome dela e também foi utilizado como Pix de Matheus Palheiras.
O delegado João Valentim Neto afirmou que Monique arquitetou um plano minucioso para isolar e manipular Itamar, controlando tanto suas relações pessoais quanto sua fortuna.
Posicionamento
Em nota à TV Globo, Monique Elias classificou as acusações como uma tentativa de "assassinato de reputação" e disse confiar na Justiça. Já a defesa de Matheus Palheiras e João Carlos Elias não se manifestou.