Caso Friboi: condenada, Giselma deixa fórum pela porta dos fundos
Com pena de 22 anos e seis meses, acusada de ser mandante da morte do ex-marido poderá aguardar recurso em liberdade
"Melhor sair livre pela porta dos fundos do que algemada pela porta da frente." Foi assim que o advogado de defesa de Giselma Campos Magalhães, acusada de mandar matar o ex-marido e executivo da Friboi, Humberto Campos Magalhães, em dezembro de 2008, definiu a situação da sua cliente. Julgada e condenada a 22 anos e seis meses de prisão, ela terá o direito de aguardar o recurso em liberdade. Por isso, deixou o fórum pela porta dos fundos, evitando a exposição à imprensa. Seu irmão, Kairon Vaufer Alves, foi condenado e terá de cumprir 21 anos de prisão. Deixou o Fórum algemado.
Carlos Eduardo Magalhães, filho de Giselma, disse que a justiça foi parcialmente feita. "Eu sabia que ela ia ser condenada porque estava claro que ela foi a mandante do crime. Mas eu achei a pena branda. Achei que ela merecia uma pena maior, em vista do que ela fez com meu pai. Eu nunca vou ter meu pai de volta, minha avó nunca mais vai ter o seu filho de volta, mas ela segue tendo a liberdade dela até que isso seja revogado", disse.
Emocionado, ele concluiu: "meu pai não merecia ser morto de uma forma tão covarde. Eu esperava uma pena maior porque eu sei que ela vai conseguir diminuir essa pena", disse ele.
A mãe de Humberto, Maria Ilda Magalhães, foi além. "Eu não vou ter meu filho de volta, mas pelo menos quero que ela pague pelo fato que ela cometeu. Foi difícil, cheguei a passar mal, mas resisti. Se ela tivesse saído algemada daqui era melhor", afirmou.
O promotor José Carlos Cozenso disse que em pouco tempo a situação dela poderá ser revertida, já que o julgamento terá de ser priorizado por um dos réus estar preso. "Fiquei satisfeitíssimo com o julgamento. A prova que foi feita foi exemplar. Ela não teve um único voto. Foi tudo por unanimidade. Rapidamente, julgando esses recursos, a colocaremos na cadeia. Eu requeri a prisão, mas dentro das limitações impostas pelo Supremo Tribunal Federal ela só poderá ser presa depois de transitada e julgada a decisão. É algo injusto porque os outros três estão presos e ela, que foi a mandante, vai poder responder em liberdade", afirmou.