Caso Vitória: defesa de homem preso diz que não foi intimada sobre confissão e cita ilegalidade
Advogado de Maicol Antonio Sales dos Santos afirmou que suposta confissão aconteceu de madrugada e que foi notificado pela mídia
O advogado de Maicol Antonio Sales dos Santos, suspeito de matar a adolescente Vitória Regina de Sousa em Cajamar, contesta a confissão relatada pela Polícia Civil. Maicol está preso e a polícia afirma que ele agiu sozinho no crime.
O advogado de Maicol Antonio Sales dos Santos, suspeito de matar a adolescente Vitória Regina de Sousa, 17, em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo, afirmou que não foi informada sobre a confissão do crime, conforme noticiou a Polícia Civil na última terça-feira, 18.
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Arthur Perin Novaes, representante de Maicol, disse ao O Globo que a 'suposta confissão teria ocorrido sem a presença dos advogados constituídos e em plena madrugada, o que é vedado pela lei'.
"A defesa não participou de qualquer ato de confissão, não foi devidamente intimada para isso. Com muita estranheza que recebemos a notícia pela mídia. Saímos de lá por volta de 20h30, 21h, e não houve confissão. O próprio representante das prerrogativas da OAB ouviu o Maicol e disse que não houve confissão, que não teria interesse algum em falar, isso está gravado", disse o advogado.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo não respondeu ao Terra sobre as alegações do advogado até a última atualização da reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
Suspeito confessa crime e diz que agiu sozinho, afirma Polícia Civil
A Polícia Civil de São Paulo confirmou oficialmente, em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 18, que Maicol Antonio Sales dos Santos confessou o assassinato de Vitória Regina e que agiu sozinho.
De acordo com os investigadores, as provas coletadas indicam que o suspeito, que já está preso, "era obcecado pela vítima".
"O único autor desse crime que vitimou a Vitória foi o Maicol e com as provas coletadas no inquérito policial pela equipe do doutor Fábio [titular da Delegacia de Cajamar], não restam dúvidas que ele praticou esse crime sozinho", afirmou o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia da Macro São Paulo (Demacro).
De acordo com Carmo, foram obtidos testemunhos que confirmam a presença do detido no local do crime. "A testemunha foi clara e objetiva ao afirmar que o veículo era dele. Entretanto, a pessoa que estava dentro do veículo usava um capuz. Esse capuz foi comprado por ele, e a polícia confirmou a compra através do Mercado Livre".
Investigação e laudo pericial
Vitória desapareceu em 26 de fevereiro, após sair do trabalho. Seu corpo foi encontrado seis dias depois, em uma área de mata. O Instituto Médico-Legal (IML) apontou que ela morreu por hemorragia, com três perfurações --no rosto, no pescoço e no tórax--, causadas por um objeto cortante. Não havia sinais de tortura ou violência sexual.
A polícia reforçou que Maicol tinha uma obsessão pela jovem e já a perseguia há algum tempo. “Fica claro que ele era obcecado por ela”, afirmou Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Grande São Paulo (Demacro), ao Jornal Nacional.
Durante as investigações, foram encontradas diversas fotos de Vitória e de outras meninas parecidas com ela no celular de Maicol. “Ele comentou que era apaixonado por ela”, completou o delegado.