Caso Vitória: único suspeito preso é indiciado por homicídio, sequestro e ocultação de cadáver
Maicol Santos confessou assassinato de Vitória Sousa em vídeo, mas depois disse ter sido coagido por policiais
Maicol Santos foi indiciado por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver no caso de Vitória Sousa, morta em fevereiro em Cajamar (SP). A polícia segue com diligências e aguarda laudos periciais para concluir o inquérito.
A Polícia Civil indiciou Maicol Santos, o único e principal suspeito preso por assassinar Vitória Sousa, pelos crimes de homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. A adolescente de 17 anos morreu após ser esfaqueada no dia 27 de fevereiro em Cajamar, na Grande São Paulo. O corpo dela foi encontrado em 5 de março.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou o indiciamento do suspeito nesta segunda-feira, 31. Novas diligências foram realizadas na casa do indiciado, e não é descartada a possibilidade de uma perícia complementar, segundo o órgão do Estado.
“Os laudos solicitados ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML) seguem em andamento e serão analisados pelo delegado assim que finalizados. As diligências prosseguem visando o devido esclarecimento dos fatos e a conclusão do inquérito”, diz a nota da SSP, enviada ao Terra.
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Os laudos complementares devem analisar se o sangue e o cabelo encontrados no carro de Maicol realmente são de Vitória, e ainda não ficaram prontos. Em abril a polícia deve realizar a reconstituição do crime. Depois disso, o inquérito será concluído pela polícia e relatado ao Ministério Público (MP) e à Justiça.
Maicol não deve participar da reconstituição do crime, segundo a defesa, porque os advogados não concordam com a condução do interrogatório, em que ele confessou o crime.
O que diz a defesa
A defesa do suspeito afirmou que não foi informada sobre a confissão do crime, conforme noticiou a Polícia Civil no dia 18 de março. Arthur Perin Novaes, representante de Maicol, disse ao jornal O Globo que a "suposta confissão teria ocorrido sem a presença dos advogados constituídos e em plena madrugada, o que é vedado pela lei" e que o suspeito confessou o crime a uma advogada chamada por policiais.
A SSP-SP negou ter cometido irregularidades na condução da confissão e ressaltou, em nota, que "todos os procedimentos adotados no caso, inclusive o depoimento do suspeito, obedeceram estritamente o Código de Processo Penal".
"O único autor desse crime que vitimou a Vitória foi o Maicol e com as provas coletadas no inquérito policial pela equipe do doutor Fábio [titular da Delegacia de Cajamar], não restam dúvidas que ele praticou esse crime sozinho", afirmou o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia da Macro São Paulo (Demacro), no último dia 18.