Caso Vitória: vídeo mostra confissão de Maicol sobre assassinato
Vídeo mostra detalhes da confissão de Maicol Antonio Sales dos Santos, mas defesa contesta o depoimento
Maicol Antonio Sales confessou o assassinato da adolescente Vitória Sousa, detalhando a execução do crime e negando envolvimento de outros suspeitos. O depoimento foi questionado pela defesa, que acionou a OAB de Cajamar por alegada falta de acesso ao cliente.
Um vídeo divulgado pela polícia mostra Maicol Antonio Sales dos Santos, preso sob suspeita de assassinar a adolescente Vitória Regina de Sousa, confessando o crime e dando detalhes da execução. Na gravação, feita dentro de uma sala da delegacia, Maicol aparece de costas enquanto responde às perguntas de um escrivão e ao menos dois policiais. Ele afirma que agiu sozinho e admite ter enterrado o corpo da jovem.
Durante o depoimento, a polícia questiona se ele sofreu ameaças, e Maicol responde que sim, tanto “dos presos” quanto “do pessoal lá fora”. Ele também nega qualquer envolvimento dos outros investigados no caso, incluindo Gustavo Vinícius, ex-namorado da vítima, e Daniel Lucas Pereira. Além disso, afirma nunca ter tido passagens pela polícia e descarta qualquer ligação com facções criminosas.
De acordo com a confissão, Maicol atraiu Vitória para seu carro, um Corolla prata, oferecendo uma carona. Dentro do veículo, iniciou-se uma discussão sobre um suposto envolvimento que os dois teriam tido no passado. Em certo momento, segundo seu relato, a jovem o agrediu com tapas e arranhões. Ele então pegou um objeto cortante ao lado do banco do motorista e desferiu dois golpes de faca—um no pescoço e outro no peito.
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O suspeito disse que a vítima morreu rapidamente e não chegou a gritar devido à gravidade dos ferimentos. No entanto, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta três perfurações no corpo de Vitória, um detalhe que difere da versão apresentada por Maicol.
Outro ponto controverso do depoimento envolve o estado do corpo da adolescente. Maicol negou ter arrancado ou raspado o cabelo da vítima e sugeriu que a perda do couro cabeludo ocorreu devido à decomposição e a um possível arrasto do corpo.
Defesa questiona legalmente do depoimento
A confissão foi anunciada pela polícia na segunda-feira, 17 de março, mas naquele momento ainda não havia sido formalizada. Na terça-feira, 18 de março, durante coletiva de imprensa, os delegados Fábio Cenachi e Luiz Carlos do Carmo informaram que a confissão ocorreu na madrugada, após a saída dos advogados da delegacia.
A polícia alega que a defesa “abandonou” o cliente para tentar impedir o depoimento. Como Maicol só poderia prestar declarações com acompanhamento jurídico, a delegacia acionou uma advogada da OAB para oficializar a oitiva.