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Polícia

Cel. Telhada sobre chacina em SP: "há 98% de chance de ter sido o menino"

Para o vereador e ex-comandante da Rota, as vítimas foram dopadas para não reagir aos tiros

6 ago 2013 - 16h08
(atualizado em 7/8/2013 às 04h26)
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Evocando seus 33 anos de experiência policial, o vereador de São Paulo Coronel Telhada (PSDB), ex-comandante da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), foi um dos primeiros a defender a tese de que está descartada a hipótese de uma facção criminosa ser a responsável pelo assassinato de cinco pessoas da mesma família, entre os quais um casal de PMs (policiais militares), encontrados mortos na noite desta segunda-feira, na casa onde moravam no bairro de Brasilândia, zona norte da capital paulista. O vereador esteve no local do crime na noite de ontem e afirma que, pelos exames iniciais, “tudo leva a crer” que o menino Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, tenha matado os familiares e depois se suicidado. 

“Não estou dizendo que foi o menino, mas tudo leva a crer. Eu diria que há 98% de chance de ter sido o menino”, avalia o coronel. Marcelo era filho do sargento da Rota Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e da cabo da PM Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, que foram mortos na chacina. As outras vítimas foram Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, mãe de Andreia, e Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos, irmã de Benedita. Telhada lembra do sargento, a quem comandou na Rota, como um homem "honesto e correto".

Para o vereador tucano, as vítimas foram dopadas para não reagir aos tiros. “O sargento Pesseghini foi o primeiro a ser morto, com um tiro na nuca. Ele estava em posição de quem estava dormindo”, relatou. Ele diz ter estranhado que, embora Benedita e Bernardete tenham sido mortas em suas camas, elas não estavam com roupas próprias de dormir: ambas estavam vestindo calças jeans. Para o vereador, seria impossível que elas não ouvissem os tiros nas outras vítimas se não tivessem sob efeito de sedativos. Ainda segundo o relato do Coronel Telhada, o casal de PMs vestia pijamas e o filho foi encontrado vestido, de tênis e com um revólver na mão esquerda.

Indícios

Para reforçar a tese de homicídio seguido de suicídio, Telhada afirma que um agente do setor de inteligência da polícia (conhecido como P2) apurou que na segunda-feira o menino foi à aula sem material escolar, pediu pra ir embora mais cedo e, quando a professora disse que ligaria para os pais dele, Marcelo disse que não havia ninguém em casa. Na volta para casa, de carona com o pai de um colega, ele pediu disse que o pai estava trabalhando e a mãe, dormindo.

O local do crime foi cercado por policiais da Rota e de outros batalhões
O local do crime foi cercado por policiais da Rota e de outros batalhões
Foto: Edison Temoteo / Futura Press

Ao analisar imagens das câmeras de segurança da escola Stella Rodrigues, onde Marcelo estudava, na frente da qual foi encontrado o carro da mãe do adolescente, a polícia constatou que o veículo estacionou ali por volta da 1h15 da madrugada de segunda-feira. Porém, a pessoa que estava dentro do veículo só desembarcou às 6h30 da manhã. O indivíduo usava uma mochila e tinha altura compatível à do menino: ele saiu do carro e caminhou em direção à escola.

Conhecido por sua postura de defesa da tolerância zero contra a criminalidade. Telhada demonstrou irritação sobre as suspeitas de que há uma tentativa da polícia de encobrir um suposto atentado ou execução perpetrada pelo crime organizado. “Ninguém está encobrindo nada. Não vou mentir para valorizar o crime. (Não investigar a autoria de facções) seria dar ponto para o crime organizado”, argumentou. Ele cita o fato de não haver sinal de arrombamento nas portas e janelas e nem de luta no interior da casa para descartar a hipótese. “Todos sabem que eu gosto de (prender) bandido. Por que eu estaria mentindo agora?”, indaga.

Chacina de família desafia polícia em São Paulo

Cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas na noite de segunda-feira, dia 5 de agosto, dentro da casa onde moravam, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Entre os mortos, estavam dois policiais militares - o sargento Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e a mulher dele, a cabo de Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos. O filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, também foi encontrado morto, assim como a mãe de Andreia, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e a irmã de Benedita, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos.

A investigação descartou que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar: o garoto teria atirado nos pais, na avó e na tia-avó e cometido suicídio. A teoria foi reforçada pelas imagens das câmeras de segurança da escola onde Marcelo estudava: o adolescente teria matado a família entre a noite de domingo e as primeiras horas de segunda-feira, ido até a escola com o carro da mãe, passado a noite no veículo, assistido à aula na manhã de segunda e se matado ao retornar para casa.

Para especialista, morte de família não seria chacina:
Fonte: Terra
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