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Polícia

Chacina em SP: 'jogo de videogame influenciou', diz representante da OAB

16 ago 2013 - 19h50
(atualizado às 19h56)
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<p>O presidente da comiss&atilde;o de seguran&ccedil;a da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Arles Gon&ccedil;alves Junior, disse que o garoto pode ter sido influenciado pelo jogo de videogame Assassin&#39;s Creed</p>
O presidente da comissão de segurança da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Arles Gonçalves Junior, disse que o garoto pode ter sido influenciado pelo jogo de videogame Assassin's Creed
Foto: Thiago Tufano / Terra

O presidente da comissão de segurança da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Arles Gonçalves Junior, que acompanha os depoimentos no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) a respeito da chacina da Brasilândia, em São Paulo, afirmou que, de acordo com as mais de 30 oitivas analisadas até agora, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini pode ter sido influenciado pelo jogo de videogame Assassin's Creed. De acordo com o advogado, o garoto de 13 anos pode ter confundido a fantasia com a realidade.

“Tudo o que foi colhido indica que foi o menino. Não há possibilidade de que o menino tenha sido induzido a fazer algo por uma terceira pessoa. O que nos parece é que ele acabou, em função do videogame, sendo influenciado pelo próprio videogame”, afirmou o representante da OAB.

Arles disse que a investigação ouviu mais de seis amigos de Marcelo e que a maioria deles mostra que o garoto teve uma mudança de comportamento. “(Os depoimentos) revelam que o menino teve uma mudança de comportamento e foi influenciado pelo jogo. Quem tem que analisar isso é a perícia e psiquiatra. A percepção que tivemos é que houve uma mudança”, disse.

Segundo o advogado, a maioria dos amigos segue uma mesma linha de declarações a respeito de Marcelo. “Não é uma situação que um fala uma coisa em um sentido e outro fala em outro sentido. São coisas que são faladas que se encaixam. É difícil falar que as pessoas estão falando coisas fantasiosas. Como vão falar que as pessoas estão fantasiando junto?”, questionou.

Para Arles, os depoimentos dos amigos de Marcelo são mais reveladores por estarem mais próximos do garoto. “O mundo de criança é um, e o adulto é outro. Nem sempre a criança fala para o adulto o que ela fala para outra criança”, disse.

O advogado aproveitou para alertar que o caso da chacina na Brasilândia será um divisor de águas na sociedade. “Policiais terão que repensar suas funções, pais terão que repensar, e a imprensa terá que repensar a forma de abordar certos casos. Teremos que conversar muito sobre isso no futuro”, afirmou.

O representante da OAB disse ainda que a chegada dos laudos periciais, que deve acontecer na semana que vem, será fundamental para a conclusão do inquérito. “Você tem um quebra-cabeça e várias peças estão se encaixando. No sentido do que está acontecendo, com a vinda dos laudos, nos parece que vai chegar à conclusão que a polícia vem dizendo desde o início”, completou. 

Chacina de família desafia polícia em São Paulo
Cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas na noite de segunda-feira, dia 5 de agosto, dentro da casa onde moravam, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Entre os mortos, estavam dois policiais militares - o sargento Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e a mulher dele, a cabo de Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos. O filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, também foi encontrado morto, assim como a mãe de Andreia, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e a irmã de Benedita, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos.

A investigação descartou que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar: o garoto teria atirado nos pais, na avó e na tia-avó e cometido suicídio.

A teoria foi reforçada pelas imagens das câmeras de segurança da escola onde Marcelo estudava: o adolescente teria matado a família entre a noite de domingo e as primeiras horas de segunda-feira, ido até a escola com o carro da mãe, passado a noite no veículo, assistido à aula na manhã de segunda e se matado ao retornar para casa.

Os vídeos gravados pelas câmeras mostraram o carro de Andreia sendo estacionado em frente ao colégio por volta da 1h15 da madrugada de segunda-feira. Porém, a pessoa que estava dentro do veículo só desembarcou às 6h30 da manhã. O indivíduo usava uma mochila e tinha altura compatível à do menino: ele saiu do carro e caminhou em direção à escola.

Fonte: Terra
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