Chefe da polícia do Rio: paralisação não teve problemas
O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, disse que a paralisação de 24 horas dos policiais civis aconteceu sem grandes problemas até o fim da tarde desta quarta-feira e que considera o pleito da categoria justa. Segundo o delegado Fernando Veloso, a Chefia de Polícia montou um esquema especial para evitar problemas à população durante a paralisação, com um centro de controle com a cúpula da corporação monitorando o dia e pronto para fazer possíveis remanejamentos de agentes de uma delegacia para outra, o que não foi necessário. Às 8h de quinta-feira, 20 policiais, entre eles representantes dos sindicatos da categoria, serão recebidos pelo governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, no Palácio Guanabara.
De acordo com Veloso, as negociações salariais com os sindicatos continuam em andamento. “Não há uma negativa da proposta dos policiais civis, O processo de negociação continua aberto”, disse Veloso.
Os policiais reivindicam incorporação de gratificações (como a da Delegacia Legal, de R$ 850) ao salário, aumento de 100% do valor recebido de vale-refeição e de vale-transporte, de R$ 13 diários e R$ 100 por mês, respectivamente, além de plano de carreira e vencimentos mais parecidos com os dos delegados.
Para Veloso, não há necessidade para “medidas extremas” dos sindicatos. “Acredito no bom senso dos policiais. Hoje vimos um movimento ordeiro nas delegacias do Rio. Tudo transcorreu na maior tranquilidade possível”, disse Veloso, elogiando a maneira como a paralisação aconteceu.
O Chefe de Polícia não fez estimativas sobre a adesão dos policiais à paralisação desta quarta-feira, mas disse que em algumas delegacias o funcionamento foi pleno.
“Eu sou a favor da reivindicação dele, acho justa. Parece que o próprio governo é a favor disso, pois há uma negociação há mais de um ano e já houve compromisso do governador que foi renovado. Torço por um acordo e a sociedade também. Se o pleito é justo e há possibilidade de atender, não tenho dúvida de que vai fazer. Mas isso é um pouco mais complexo do que a gente entende”, disse Veloso, que defendeu o direito da categoria de se manifestar, sem prejuízo à população.
Questionado sobre os riscos de haver uma paralisação ou greve durante a Copa do Mundo, Veloso disse que “há riscos de nem estarmos vivos amanhã”, e afirmou que não era possível conjecturar.
Na tarde desta quarta-feira, centenas de policiais fizeram um ato em frente à Cidade da Polícia, na Jacarezinho, zona norte do Rio, ocupando por cinco minutos a avenida Dom Hélder Câmara e depois, o pátio da unidade. Nesta noite, eles realizam uma assembleia no Club Municipal, na Tijuca. Os sindicatos da categoria informaram que registro de flagrantes de casos mais graves, como homicídios e ocorrências com violência, foram feitos. Mas a orientação a quem procurava as delegacias para registrar furtos e casos menos urgentes era para procurar as unidades na quinta-feira.