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Polícia

Cissa Guimarães lamenta decisão de libertar PMs suspeitos

18 dez 2010 - 08h48
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Cissa Guimarães lamentou a decisão da Justiça de conceder liberdade provisória aos dois ex-PMs acusados de cobrar propina do pai de Rafael Bussamra, 25 anos, que atropelou e matou o jovem Rafael Mascarenhas, filho da atriz. O acidente ocorreu no dia 20 de julho, no Túnel Acústico, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. O cabo Marcelo Bigon e o sargento Marcelo José Leal responderão pelo crime em liberdade.

"Sinto muita pena minha, sua e da sociedade, que, dependendo das próximas decisões, poderá bater de frente com esses dois ex-policiais novamente. O meu filho, infelizmente, morreu e não volta. Mas esses dois rapazes estão mortos de caráter", desabafou a atriz.

A decisão de libertar os policiais, que até o início da noite estavam presos no Batalhão Especial Prisional, em Benfica, foi da juíza Ana Paula Monte Figueiredo, da 5ª Câmara Criminal. Eles firmaram compromisso de que atenderão a chamados da Justiça. "É uma decisão tardia, mas teremos mais tempo para trabalhar o processo", disse o advogado de defesa de Bigon, Claudenor de Brito.

No último dia 7, dois envolvidos na morte - Gabriel Ribeiro, que disputava um racha com o atropelador, e Guilherme de Souza Bussamra, irmão dele - fizeram acordo com o Ministério Público e pagarão multa em dinheiro ou cestas básicas à Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação.

Defesa quer reintegração à Polícia Militar

O cabo e o sargento foram expulsos da Polícia Militar no dia 5 de outubro deste ano. A decisão foi tomada pelo próprio comandante-geral, coronel Mário Sérgio Duarte, que se baseou nas evidências que fizeram os acusados serem indiciados por corrupção.

O advogado de Bigon, Claudenor de Brito, confessou ontem que lutará para que os clientes sejam reintegrados pela corporação. De acordo com ele, o processo de exoneração se deu de forma irregular.

"O Estado precisava dar uma resposta para a sociedade e ignorou uma série de legalidades, como o meu pedido para que algumas diligências fossem feitas, antes do anúncio oficial. Não houve respeito ao direito de ampla defesa", protestou o advogado do cabo.

O caso

O filho mais novo da atriz Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas, foi atropelado e morreu, no dia 20 de julho, no Túnel Acústico, na Gávea, quando andava de skate com mais dois amigos. Na ocasião, o túnel estava fechado para manutenção e os amigos aproveitaram para praticar o esporte. Rafael Bussamra, que atropelou o jovem, foi abordado por PMs que pediram propina para não levar o caso adiante.

Em setembro, o atropelador foi denunciado pelo Ministério Público por cinco crimes: homicídio doloso (com intenção), corrupção ativa, fuga, pega e alteração de prova. Somadas as penas, ele pode ser condenado a 36 anos de prisão. Caso a Justiça aceite a denúncia da promotora Marisa Paiva, da 15ª Promotoria de Investigação Penal (PIP), Rafael pode responder pelos crimes no Tribunal do Júri.

Fonte: O Dia
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