A comerciante Mônica Calheiros afirmou nesta terça-feira, no julgamento do caso PC Farias, que vendeu à namorada do empresário, Suzana Marcolino, o revólver que teria sido usado para matar o casal. O depoimento da testemunha ouvida no segundo dia do júri corrobora a primeira versão do caso, de que Suzana teria assassinado Paulo César Farias e, na sequência, cometido suicídio.
Em um depoimento confuso, Mônica afirmou que Suzana foi a sua churrascaria em 1996, ano em que o casal foi encontrado morto. A comerciante afirmou que havia recebido a arma de presente do marido e a vendeu para a namorada de PC Farias por R$ 250.
"Nessa época, se usava muito arma para proteção. Então, lá como era um ponto comercial e ficava numa rodovia, realmente era muito perigoso. E eu tinha ganhado uma arma do meu marido de presente, para ficar na churrascaria", afirmou a comerciante.
Segundo Mônica, Suzana informou que estava à procura de uma arma para praticar tiro ao alvo. "A gente não tinha essa prática de venda de arma, aí eu lembrei dessa arma que, para mim, não tinha tanta utilidade. Ela falou que ela queria praticar tiro ao alvo, foi isso que alegou na época", afirmou a comerciante, relatando que o dinheiro foi pago em cheque.
O ex-deputado federal Augusto Farias (PPB, antigo PP), irmão do empresário Paulo César Farias, prestou depoimento à Justiça nesta terça-feira, segundo dia do julgamento de quatro policiais militares acusados de envolvimento na morte de PC Farias e da namorada dele, Suzana Marcolino, ocorridos em 1996. Augusto é testemunha da Promotoria (responsável pela acusação) no júri dos quatro réus, que são ex-seguranças do empresário morto. PC Farias, como era conhecido o empresário, ganhou notoriedade após assumir a função de tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
10 de maio O advogado José Fragoso argumenta em defesa dos réus durante o julgamento
Foto: Itawi Albuquerque / Futura Press
10 de maio O promotor Marcos Mousinho apresenta os argumentos da acusação nos debates finais
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10 de maio Os réus José Geraldo da Silva, Reinaldo Correia de Lima Filho, Adeildo Costa dos Santos e Josemar Faustino dos Santos acompanham o júri
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9 de maio Adeildo Costa dos Santos foi o primeiro réu a ser interrogado. Ao juiz, o segurança confirmou que ouviu comentários de que PC Farias terminaria seu namoro com Suzana no dia do crime
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9 de maio O médico legista Daniel Muñoz depõe no julgamento dos PMs acusados de envolvimento no crime
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9 de maio O médico legista Daniel Muñoz fala que os vestígios de pólvora em Suzana indicam homicídio
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9 de maio O perito criminal Domingos Tochetto usa um revólver para contestar a tese de suicídio de Suzana Marcolino
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8 de maio Em depoimento, perito Badan Palhares disse não ter dúvidas de que PC Farias foi morto pela namorada e que ela cometeu suicídio posteriormente
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8 de maio Legista Gerson Odilon integrou a equipe de Badan Palhares e prestou depoimento nesta quarta-feira
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8 de maio Segundo o perito José Lopes Filho, o projétil que atingiu o corpo de PC Farias foi disparado à distância, enquanto o que matou Suzana "estaria praticamente encostado na pele"
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8 de maio Perito Nivaldo Gomes foi um dos peritos que esclareceram detalhes das provas criminais aos jurados
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8 de maio O delegado Alcides Andrade depõe no julgamento dos PMs
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8 de maio O delegado Antônio Carlos Lessa presta depoimento como testemunha arrolada pelo juiz. Ele e o delegado Alcides Andrade afirmaram que o irmão de PC Farias, Augusto Farias, ofereceu propina para não ser indiciado
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8 de maio A irmã de Suzana Marcolino, Ana Luíza Marcolino da Silva, presta depoimento no julgamento dos quatro PMs. 'Minha irmã não merecia ser assassinada como ela foi, porque ela jamais se mataria', disse a jornalista
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8 de maio Eônia Pereira Bezerra, ex-cunhada de PC Farias, depõe como testemunha do juízo
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8 de maio Zélia Maria Maciel de Souza, prima de Suzana Marcolino, depõe como testemunha da defesa
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7 de maio Juiz Maurício Brêda observa volumes do processo
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7 de maio Depoimento do empresário Augusto César Cavalcante Farias, irmão de PC Farias, foi o ponto alto do segundo dia de júri
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7 de maio - Testemunha Lourinaldo Santos de Castro presta depoimento à Justiça
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7 de maio O vigia Manoel Alfredo da Silva, que trabalhava na casa de praia onde aconteceu o crime, presta depoimento
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7 de maio Milane Valente de Melo, que era namorada do irmão de PC Farias na época do crime, testemunha em júri
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6 de maio Juiz Maurício Breda confere os processos no Fórum de Maceió (AL), antes do julgamento dos quatro envolvidos na morte de PC Farias e da namorada, Suzana Marcolino
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6 de maio Processos no Fórum de Maceió (AL), antes do julgamento dos PMs
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6 de maio Juiz Maurício Breda confere os processos no Fórum de Maceió (AL), antes do julgamento dos quatro envolvidos na morte de PC Farias e da namorada, Suzana Marcolino
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6 de maio Familiares chegam ao fórum de Maceió
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6 de maio Os réus José Geraldo da Silva, Reinaldo Correia de Lima Filho, Adeildo Costa dos Santos e Josemar Faustino dos Santos
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O caso
Os policiais militares Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva trabalhavam como seguranças de PC Farias e são acusados de homicídio qualificado por omissão. Paulo César Farias e Suzana Marcolino foram assassinados na madrugada do dia 23 de junho de 1996, em uma casa de praia em Guaxuma. À época, o empresário respondia a vários processos e estava em liberdade condicional. Ele era acusado dos crimes de sonegação de impostos, falsidade ideológica e enriquecimento ilícito. A morte de PC Farias chegou a ser investigada como queima de arquivo, já que a polícia suspeitou que o ex-tesoureiro poderia revelar nomes de outras pessoas que teriam participação nos mesmos ilícitos.
Entretanto, a primeira versão do caso, que foi apresentada pelo delegado Cícero Torres e pelo legista Badan Palhares, apontou para crime passional. Suzana teria assassinado o namorado e, na sequência, tirado a própria vida. A versão foi contestada pelo médico George Sanguinetti, que descartou tal possibilidade e, mais tarde, novamente questionada por uma equipe de peritos convocados para atuar no caso. Os profissionais forneceram à polícia um contralaudo que comprovaria a impossibilidade, de acordo com a posição dos projéteis, da tese de homicídio seguido de suicídio.