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Polícia

Defesa tenta desmontar '4 pilares' de acusação contra Gil Rugai

Para advogados do ex-seminarista, 'construíram um psicopata' ao longo de nove anos

22 fev 2013 - 15h02
(atualizado às 15h37)
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<p>O ex-seminarista Gil Rugai em foto de terça-feira, segundo dia do julgamento</p>
O ex-seminarista Gil Rugai em foto de terça-feira, segundo dia do julgamento
Foto: Alice Vergueiro / Agência Brasil

Os advogados de defesa do publicitário Gil Rugai - acusado de matar o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitiño, em 28 de março de 2004 - tentaram nesta sexta-feira convencer os jurados da inocência do réu buscando "desmontar os quatro pilares" citados pela acusação. A manifestação da defesa foi a última antes de os jurados se reunirem para decidir o futuro do réu, no Fórum Criminal Barra Funda, zona oeste de São Paulo.

De acordo com Thiago Anastácio, um dos advogados de defesa de Rugai, a marca de sapato na porta da sala onde Luiz Carlos foi morto, a maneira como a arma do crime foi encontrada, a expulsão de Rugai de casa e a fraude na empresa do pai não são provas "concretas, rígidas nem incontestáveis". "Construiu-se a acusação a partir de quatro pilares. Mas esses pilares são concretos? São rígidos? São incontestáveis? O poder público preferiu o mais ou menos do que o certo. Isso é abominável. Tudo foi feito na base do 'acho'", afirmou Anastácio.

Os advogados de defesa afirmaram ainda que, durante os nove anos após o crime, tentou-se "construir" um psicopata, referindo-se a Gil Rugai. "Foi construído um monstro, um nazista. Ficaram falando desse monstro por nove anos e não se fala sobre o crime. Parem de julgar sua personalidade", disse Marcelo Feller, advogado de defesa. "A acusação o chamou de psicopata, falou em 'border line', sem nunca ter pedido um laudo psiquiátrico. A questão é a prova". 

A defesa admite que ele seja "estranho", mas alega que ser "diferente e esquisito" não significa que ele tenha matado o pai e a madrasta. "Gil Rugai é um 'nerd'. O irmão dele disse que é um 'figurinha'. Se ele é estranho? Sim.eu o acho esquisitíssimo. Mas criaram a imagem de um 'nazista' premeditador que não existe."

Feller e Anastácio insistiram nas controvérsias apresentadas a respeito da hora em que o crime foi cometido e da maneira como a arma foi encontrada, um ano e meio depois, no prédio em que Rugai trabalhava. "A pergunta básica que se deve fazer é: onde você estava na hora do crime? Mas não foi definida qual foi a hora do crime. A acusação acha que foi 21h30", afirmou Feller.  

A defesa mostrou novamente as contas que tentam provar que Rugai não estava na cena do crime. "Por que em um bairro rico, de mansões, os tiros, segundo as testemunhas de acusação, foram ouvidos às 21h30, mas a polícia só foi acionada às 22h14. O Fantástico deveria mesmo estar fantástico", disse Feller, referindo-se ao domingo em que o crime ocorreu. "O Gil estava na cena do crime?", questionou.

Outro ponto ressaltado pela defesa foi a arma encontrada na caixa de águas pluviais do prédio em que Rugai trabalhava. Segundo relatou Feller, as testemunhas disseram que um carroceiro limpava a caixa quando encontrou a pistola, cerca de um ano e meio depois do crime. Porém, o advogado já havia mostrado um documento que provava que esta caixa havia sido limpa por uma empresa especializada seis meses antes, quando Rugai já estava preso, e que nenhuma arma havia sido encontrada. 

Durante uma hora e meia, tempo que a defesa teve direito à fala, os dois advogados dividiram o tempo para que um deles tentasse desbancar as provas e o outro discursasse a favor de Gil. Nos primeiros 45 minutos, Feller manteve o foco em desconstruir as provas da acusação. Com um discurso tranquilo e muitas vezes usando a ironia para atacar os advogados de acusação, ele conseguiu arrancar alguns sorrisos tímidos de Gil Rugai, que ouvia as palavras de Feller esboçando poucas reações.

No momento em que Anastácio tomou a palavra, na segunda metade do discurso da defesa, o advogado também se manteve tranquilo e chegou a cumprimentar o delegado Rodolfo Chiareli, responsável pela investigação do caso. O advogado chegou a afirmar que esse não seria o primeiro nem o último crime em que haveria uma desavença entre as partes, e chegou a convidá-lo para um café em outra ocasião.

A estratégia da defesa foi tentar mostrar que erros em investigações na Justiça são comuns. Para tanto, eles citaram o filme Em Nome do Pai, que trata da condenação de inocentes no Reino Unido e relata uma história verídica, e também citaram a absolvição do ex-jogador americano O. J. Simpson, que foi absolvido após ser acusado de matar a ex-mulher e o namorado dela.

O fim da argumentação da defesa foi conturbado porque o promotor interrompeu o advogado Thiago Anastácio nos minutos finais de sua argumentação pedindo que a defesa explicasse um suposto erro no horário do crime, o que causou a revolta dos advogados. "os senhores estão vendo, este menino é alvo de uma difamação sem fim", disse Anastácio.

Por fim, a acusação desistiu de fazer uma réplica. O juiz determinou um intervalo de uma hora, durante os quais os jurados ficarão reunidos para decidir o futuro do réu. A sentença deve ser dada até o fim da tarde desta sexta-feira. Se for considerado culpado, Gil Rugai pode receber 

Fonte: Terra
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