Delator do PCC executado em aeroporto: saiba como acontecerá a investigação do atentado
Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto com 10 tiros na última sexta, 8
Investigação do assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach é conduzida por força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo e Polícia Federal
A investigação do assassinato do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC, será conduzida por uma força-tarefa criada pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) e anunciada na segunda-feira, 11.
Coordenado pelo secretário-executivo Osvaldo Nico Gonçalves, o grupo inclui delegados, coronéis e uma perita. Até o momento, ninguém foi preso.
Entenda abaixo o que já se sabe e o que falta apurar no crime:
1. Quem são os integrantes da força-tarefa?
Além de Gonçalves, a equipe de investigação é composta por:
- Caetano Paulo Filho, delegado de Polícia, Diretor do DIPOL;
- Ivalda Oliveira Aleixo, delegada de Polícia, Diretora do DHPP;
- Pedro Luís de Souza Lopes, coronel da PM, Chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar;
- Fábio Sérgio do Amaral, coronel PM, Corregedor da Polícia Militar;
- Karin Kawakami de Vicente, perita Criminal de Classe Especial.
2. Por que Polícia Federal também entrou no caso?
Após decisão do Palácio do Planalto, a Polícia Federal (PF) também participará da investigação. O fato do homicídio ter ocorrido no aeroporto de Guarulhos (SP), o mais movimentado do país, também pesou para a inclusão de agentes da PF.
Por questões de segurança, uma equipe de fora de São Paulo conduzirá o inquérito, já que há suspeitas de envolvimento de agentes de segurança no crime.
3. Havia guardas municipais no aeroporto?
A Guarda Civil Municipal (GCM) de Guarulhos apura por que não havia agentes na base da corporação no Aeroporto Internacional de São Paulo no momento do assassinato.
Os guardas estavam atendendo outra ocorrência. Por causa disso, há a hipótese de desvio de atenção intencional, informou a TV Globo.
4. O empresário tinha seguranças?
À GloboNews, o promotor do Ministério Público (MP), Lincoln Gakiya, disse que o empresário recusou ofertas de segurança feitas pelo órgão a ele, alegando poder bancar a própria segurança. Além disso, se entrasse no programa de proteção do MP, teria de mudar o estilo de vida, o que não o agradaria.
Gritzbach manteve escolta com a contratação de policiais militares de forma particular para fazer sua segurança. Cinco PMs, contratados para a proteção do delator, são investigados. No momento do assassinato, quatro deles não estavam presentes porque tiveram um problema mecânico em um dos carros. O quinto agente, que acompanhava o empresário no momento do tiroteio, relatou à Corregedoria da PM que se afastou da cena do crime por segurança própria.
Antes mesmo do atentado, esses policiais já eram investigados pela Corregedoria por possível envolvimento com facção criminosa.
5. Por que ele denunciou policiais civis à Corregedoria?
Em 31 de outubro, oito dias antes do atentado, Gritzbach foi ouvido na Corregedoria da Polícia Civil. Na ocasião, ele falou sobre a denúncia de que policiais civis cometeram crime de extorsão.
Segundo o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, Gritzbach citava nomes de policiais civis que teriam participado de extorsão contra ele.
O empresário foi o primeiro a ser ouvido. Com isso, o inquérito foi instaurado na Corregedoria para que ele apontasse nomes e desvios de conduta dos policiais civis.
Relembre o caso
A execução de Gritzbach, ocorrida dentro do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última sexta-feira, 8, está sendo investigada por uma força-tarefa liderada pelo delegado Osvaldo Nico Gonçalves. O crime ocorreu na área de desembarque do Terminal 2, por volta das 16h.
Nas imagens de câmeras de segurança, o empresário aparece carregando uma mala na área externa, quando dois homens encapuzados descem de um veículo preto e disparam. O empresário tenta fugir, pula a mureta que divide a via, mas cai na sequência. Ele foi atingido por 10 tiros.