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Polícia

Delator do PCC pediu liberação de 15 imóveis, helicóptero e visto permanente nos EUA para depor, diz TV

Parte dos documentos de negociação da delação premiada de Antonio Vinícius Lopes Gritzbach com o MP vieram à tona após sua morte

12 nov 2024 - 17h51
(atualizado às 18h05)
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Delator do PCC executado em aeroporto levava R$ 1 milhão em joias dentro da mala, diz TV
Delator do PCC executado em aeroporto levava R$ 1 milhão em joias dentro da mala, diz TV
Foto: Reprodução

O Ministério Público de São Paulo negociou, por meses, a delação de Antonio Vinícius Lopes Gritzbach, que revelou segredos da facção criminosa paulista PCC e de policiais corruptos. Após a execução de Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos, trechos da negociação entre o delator e a Promotoria vieram à tona.  

Nos documentos, a defesa de Gritzbach pede o perdão integral de futuras penas em processos criminais que ele enfrentava, como duplo homicídio e lavagem de dinheiro. Ele também solicitava o desbloqueio de 15 imóveis, veículos de luxo, lanchas e helicóptero, além da concessão de um visto permanente nos Estados Unidos para o delator e familiares. As informações são da GloboNews.

A defesa de Gritzbach alegava que ele tinha construído o patrimônio negociando imóveis de luxo em São Paulo, ao longo dos anos, antes de se envolver em esquemas de lavagem de dinheiro para o PCC. O contato com a facção surgiu por intermédio de Cláudio Marcos de Almeida, conhecido como Django, líder do PCC, em 2019. 

Delator do PCC se recusou a entrar em programa de proteção por estilo de vida, diz promotor:

“O colaborador atua no mercado imobiliário de alto padrão desde o ano de 2011 e conheceu Claudio Marcos de Almeida apenas no ano de 2019. Seu patrimônio anteriormente construído não poderia ser genericamente apontado como espúrio”, alegaram os advogados durante a negociação.

O primeiro pedido da defesa de Gritzbach foi formalizado em dezembro de 2023 ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaec), do Ministério Público. Na ocasião, ele pediu a liberação e concessão dos seguintes itens: 

  • 15 imóveis, em nome de Gritzbach e de suas cinco empresas;
  • Uma lancha Cimitarra, de 64 pés, ano 2017; 
  • Uma lancha Motorboat, de 39 pés, ano 2011; 
  • Um helicóptero, ano 2001; 
  • Dois veículos da marca Volvo; 
  • Perdão integral em futuras penas;
  • Concessão de visto permanente para o delator e familiares nos Estados Unidos;

Segundo a documentação, a defesa do delator solicitou, ainda, 'fomento' para custear segurança e proteção. Ele sugeriu, também, a liberação de apenas um de seus imóveis, avaliado em R$ 2,5 milhões, para o pagamento de ressarcimentos ao Estado em função de condenações por lavagem de dinheiro. 

Os pedidos foram prontamente negados sob despacho do promotor Luiz Fernando Rebellatto, ainda em dezembro passado, que argumentou que os termos da negociação 'apartam da razoabilidade'. 

“Os termos sugeridos se apartam completamente de qualquer razoabilidade e das condições subjetivas previstas no artigo 4º, § 1º, da Lei n.º 12.850/2013, especialmente em relação à perda patrimonial de parcela ínfima do patrimônio, bem como da pretensão de isenção absoluta de responsabilidade penal”, decidiu Rebellatto.

Outra negociação foi homologada na Justiça em 2024, com os promotores concordando em liberar parcialmente o patrimônio que, comprovadamente, tivesse sido adquirido no começo da carreira de Gritzbach como corretor de imóveis. Também foi imposta uma indenização de R$ 15 milhões. 

O Ministério Público também se dispôs a colocar o delator e sua família no Programa Estadual de Proteção a Vítimas e Testemunhas (PROVITA/SP), o que foi negado por Gritzbach. A promotoria concordou em perdoar 1/3 de futuras penas por lavagem de dinheiro, permitindo que ele recorresse em parte dos processos em regime inicialmente aberto ou semiaberto. A concessão do visto não foi inserida no documento final de homologação. 

Veja a cronologia e o que se sabe até aqui sobre o ataque a delator do PCC em Guarulhos:

Como foi a execução do empresário

O empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto na área de desembarque do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos. Ele era delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões pela cabeça do delator.

O ataque ocorreu por volta das 16 horas e os atiradores estavam com o carro estacionado, à espera da vítima. Uma dupla de criminosos realizou pelo menos 27 disparos, conforme a perícia. Gritzbach foi atingido por dez tiros de fuzil, que transfixaram seu corpo.

O delator voltava de viagem com a quando foi atacado a tiros. As imagens das câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Guarulhos mostram Gritzbach levando uma mala de rodinhas quando é surpreendido pelos atiradores. Ele tenta fugir, é atingido pelos disparos e cai perto da faixa de pedestres. É possível ver outras pessoas correndo por causa do tiroteio.

*Com informações de Estadão Conteúdo.

Gritzbach voltava de viagem quando foi baleado no Aeroporto de Guarulhos; câmeras registraram a ação dos criminosos.
Gritzbach voltava de viagem quando foi baleado no Aeroporto de Guarulhos; câmeras registraram a ação dos criminosos.
Foto: Polícia Civil/Divulgação / Estadão
Fonte: Redação Terra
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