O delegado Maurício Luciano de Almeida, que presidiu o inquérito da morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, disse, na primeira audiência judicial do caso, que os dois acusados do crime agiram em conlúio e que sabiam do poder de dano do artefato explosivo que matou a vítima. A primeira audiência de instrução e julgamento dos réus Fábio Raposo e Caio Silva de Souza começou às 16h30 desta sexta-feira na 3ª Vara Criminal de Justiça do Rio. Santiago foi atingido com um artefato explosivo na cabeça durante um protesto no centro do Rio, em 6 de fevereiro.
Citando imagens de televisão, o delegado disse que Fábio passou o artefato para Caio. "Verificamos que os dois agiram em conlúio. Fábio passou o artefato para Caio. Parecia que Caio tinha dupla personalidade. Em casa ele era educado. Nas manifestações ele participava de enfrentamento com policiais", afirmou Almeida.
O delegado disse que Fábio ajudou a identificar Caio em imagens. "Eles meio que se conhecem, talvez não pelo nome, mas pelo perfil nas manifestações. Há uma divisão de tarefas, cada um cumpre determinada função. Fábio é uma pessoa mais de idealização, tem a cabeça mais pensante. O Caio tem a a força bruta, pancadaria", afirmou Almeida.
Segundo o delegado Almeida, o artefato explosivo que provocou a morte de Santiago foi modificado antes de ser lançado, com a retirada de uma vara que serviria para direcionar o disparo dos fogos. "Ele foi aceso no chão e estava sem a vara. Por isso, teve uma trajetória ascendente e não retilínea. Sem a vara, os fogos podem tomar qualquer direção. Eles posicionaram para atingir os policiais perto da grade da Central do Brasil. Santiago estava no caminho", disse.
Almeida afirmou que nenhum dos dois acusados tentou socorrer a vítima. Caio teria saído correndo e Fábio se afastou e assistiu o artefato explodir. "Falei com um amigo de Caio e ele disse que após o protesto, Caio contou, ofegante, que estava fugindo porque tinha matado uma pessoa", relatou Almeida.
O delegado Fábio Pacífico Marques, que também investigou a morte de Santiago e foi o segundo a ser ouvido na audiência desta sexta-feira, disse que a decisão de acender o artefato foi tomada em conjunto pelos réus. "Não foi uma decisão de um só (lançar o artefato)", afirmou Marques.
Na platéia da audiência, amigos dos réus manifestaram discordância quando o delegado Marques disse que muitos jovens que participam de protestos não têm ideologia.
10 de fevereiro - Advogado diz ter informado a polícia sobre nome de suspeito pela morte de cinegrafista
Foto: Daniel Ramalho / Terra
O jornalista Santiago Andrade, em fotografia de arquivo pessoal divulgada pela Rede Bandeirantes
8 de fevereiro - Delegado participou de uma entrevista coletiva na tarde deste sábado
Foto: Marcus Vinícius Pinto / Terra
7 de fevereiro - Polícia mostra rojões similares ao que teria atingido o câmera
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
6 de fevereiro - Um cinegrafista da Band foi atingido por uma bomba que estourou ao lado dele. Ele foi encaminhado ao Hospital Souza Aguiar
Foto: Daniel Ramalho / Terra
10 de fevereiro - O parlamentar, no entanto, negou que tenha qualquer ligação com o responsável pelo artefato e mesmo com a manifestante
Foto: Mauro Pimentel / Terra
10 de fevereiro - O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) confirmou nesta segunda-feira que recebeu uma ligação da ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, solicitando ajuda porque tinha medo de que o tatuador Fábio Raposo fosse torturado na prisão
Foto: Mauro Pimentel / Terra
10 de fevereiro - Cinegrafistas e outros profissionais da imprensa do SBT, Record, Globo, Band, Rede TV, agências de notícias e veículos alternativas colocaram seus equipamentos no chão em protesto contra a violência sofrida pela imprensa e contra a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade no Rio de Janeiro
Foto: Reynaldo Vasconcelos / Futura Press
10 de fevereiro - Cerca de 50 fotógrafos, jornalistas e cinegrafistas colocaram as câmeras no chão em frente à igreja da Candelária e fizeram um minuto de silêncio pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, que morreu após ser atingido por um rojão na cobertura de um protesto no Rio
Foto: Marcus Vinicíus Pinto / Terra
10 de fevereiro - Cerca de 50 fotógrafos, jornalistas e cinegrafistas colocaram as câmeras no chão em frente à igreja da Candelária e fizeram um minuto de silêncio pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, que morreu após ser atingido por um rojão na cobertura de um protesto no Rio
Foto: Marcus Vinicíus Pinto / Terra
10 de fevereiro - Cerca de 50 fotógrafos, jornalistas e cinegrafistas colocaram as câmeras no chão em frente à igreja da Candelária e fizeram um minuto de silêncio pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, que morreu após ser atingido por um rojão na cobertura de um protesto no Rio
Foto: Marcus Vinicíus Pinto / Terra
10 de fevereiro - Segundo delegado, caso fique comprovado que suspeitos agiam em bando organizado, ambos podem ser acusados também por formação de quadrilha
Foto: Daniel Ramalho / Terra
11 de fevereiro - O Disque-Denúncia lançou um cartaz com a foto do suspeito de jogar um rojão contra o cinegrafista da Band
Foto: Divulgação
11 de fevereiro - Cerca de 60 repórteres fotográficos, cinematográficos e jornalistas paralisaram suas atividades e fizeram uma manifestação em memória ao repórter cinematográfico Santiago Andrade
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
11 de fevereiro - Cerca de 60 repórteres fotográficos, cinematográficos e jornalistas paralisaram suas atividades e fizeram uma manifestação em memória ao repórter cinematográfico Santiago Andrade
Foto: Joyce Carvalho / Especial para Terra
12 de fevereiro - Delegado Maurício Luciano (esq.) anunciou a prisão do suspeito na Bahia. Ele concedeu coletiva horas depois no Rio de Janeiro ao lado do chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, o delegado responsável pela investigação afirmou que Caio Silva de Souza é uma pessoa "tranquila" descrição corroborada por colegas de trabalho e vizinhos dele, que teriam ficado surpresos com a prisão
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, disse que a polícia chegou primeiro ao Caio, suspeito de disparar o rojão que matou o cinegrafista da Bandeirantes Santiago Andrade, graças ao advogado
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Suspeito de ter lançado o rojão que matou cinegrafista da Band Santiago Andrade foi preso durante a madrugada na Bahia. Caio Silva de Souza foi apresentado pela polícia no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Ele foi preso no município de Feira de Santana, na Bahia, acusado de ser a pessoa que acendeu o artefato explosivo que vitimou fatalmente o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Caio foi descrito como um jovem de família pobre, morador da Baixada Fluminense, e simpático com os vizinhos e colegas de trabalho, mas que se transformava ao chegar às manifestações
Foto: Mauro Pimentel / Terra
12 de fevereiro - Repórteres fotográficos e cinematográficos de São Paulo também realizaram homenagem ao cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, morto durante um protesto no centro do Rio de Janeiro na última quinta-feira
Foto: Nico Nemer / Futura Press
13 de fevereiro - O velório foi aberto à imprensa
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Arlita Andrade, mulher do cinegrafista morto no protesto
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Nas costas, uma frase: "poderia ter sido qualquer um de nós"
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Cinegrafista Santiago Andrade é velado no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Cinegrafistas da Band também usaram uma estampa na camiseta em homenagem ao amigo
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Com uma camisa do Flamengo, a mulher de Santiago fez uma declaração de amor ao seu companheiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - O velório foi aberto ao público na manhã desta quinta
Foto: Mauro Pimentel / Terra
13 de fevereiro - Diretor nacional de jornalismo da Band, Fernando Mitre, falou sobre a morte de seu colega de emissora