Delegado do Rio é suspeito de interferir no caso do pedreiro Amarildo
A Corregedoria Geral Unificada abriu sindicância administrativa para apurar se houve interferência de dois policiais civis no caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, 43 anos, no Rio de Janeiro. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o ex-delegado adjunto da 15ª Delegacia de Polícia (Gávea), Ruchester Marreiros, e o inspetor Halter Pitter dos Santos da Silva são suspeitos de terem tentado ajudar o major Edson Santos a "desvirtuar" a investigação.
A suspeita é de que os dois tenham tentado acusar traficantes pelo desaparecimento para ocultar o envolvimento do major, que é ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na zona sul da cidade. O jornal tentou contato com os dois policiais e com o advogado do major Santos, mas não teve resposta até a conclusão da edição.
O sumiço de Amarildo
Amarildo sumiu depois de ser levado por PMs para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na comunidade. O ex-comandante da unidade sustentou que o pedreiro foi ouvido e liberado, mas nunca apareceram provas que mostrassem Amarildo saindo da UPP, pois as câmeras de vigilância que poderiam registrar a saída dele não estavam funcionando.
"Eles alegavam que o tráfico esperava o Amarildo no ponto da escada da Dionéia (onde estaria localizada a câmera que não teria funcionado, de acordo com os acusados). Onde já se viu, o tráfico operar em frente à UPP. E eles ainda não contavam que uma outra câmera, mais para o fim da escada, estava em pleno funcionamento e não registrou a passagem do pedreiro como eles alegavam", disse a promotora e integrante do Gaeco Carmen Eliza Bastos de Carvalho.
Os dez primeiros PMs denunciados e já presos negam participação no crime. O corpo de Amarildo segue com paradeiro desconhecido.