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Polícia

Delegado quer saber se doença pode ter influenciado suspeito de chacina

22 ago 2013 - 12h15
(atualizado às 12h20)
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<p>Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini&nbsp;com o pai, o sargento&nbsp;Luis Marcelo Pesseghini</p>
Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini com o pai, o sargento Luis Marcelo Pesseghini
Foto: Facebook / Reprodução

O delegado Itagiba Franco, do Departamento de Homicídio e de Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo, afirmou nesta quinta-feira que quer saber se a doença do estudante Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, pode ter influenciado os atos dele. O adolescente é o principal suspeito da chacina ocorrida no dia 5 de agosto, na vila Brasilândia, zona norte de São Paulo - ele teria matado a família e cometido suicídio. "Vou ouvir a médica (pneumologista Neiva Damasceno, que tratava do garoto) para saber se a doença pode ter influenciado na conduta dele", afirmou o delegado.

Marcelo sofria de fibrose cística, condição degenerativa hereditária que compromete o funcionamento das glândulas. A doença do garoto fazia com que as glândulas produzissem substâncias, como o muco, mais espessas e de difícil eliminação, o que contribuía no acúmulo de bactérias, por exemplo.

A médica do adolescente está no DHPP desde o começo da manhã desta quinta-feira, mas o delegado Itagiba só chegou por volta do meio-dia. Ele vai colher o depoimento de Neiva para ajudar a traçar um perfil de Marcelo.

O garoto é apontado como o principal suspeito de ter matado os pais, os policiais militares Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, além da avó, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e da tia-avó, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos. Segundo a polícia, o garoto teria cometido suicídio após atirar nos quatro familiares.

A pneumologista deve ser a única testemunha a depor hoje, segundo o delegado Itagiba. Mais de 30 pessoas já foram ouvidas pela investigação - entre elas, vizinhos, colegas de escola e professores de Marcelo.

O delegado afirmou ainda que a maioria desses depoimentos contribuiu para fortalecer a hipótese principal da polícia, a de que o adolescente matou os quatro familiares e depois cometeu suicídio. Porém, ele afirma ainda que os laudos periciais do IML e do Instituto de Criminalística, que devem ficar prontos na próxima semana, serão os principais elementos para analisar o caso.

Chacina de família desafia polícia em São Paulo
Cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas na noite de segunda-feira, dia 5 de agosto, dentro da casa onde moravam, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Entre os mortos, estavam dois policiais militares - o sargento Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e a mulher dele, a cabo de Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos. O filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, também foi encontrado morto, assim como a mãe de Andreia, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e a irmã de Benedita, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos.

A investigação descartou que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar: o garoto teria atirado nos pais, na avó e na tia-avó e cometido suicídio.

A teoria foi reforçada pelas imagens das câmeras de segurança da escola onde Marcelo estudava: o adolescente teria matado a família entre a noite de domingo e as primeiras horas de segunda-feira, ido até a escola com o carro da mãe, passado a noite no veículo, assistido à aula na manhã de segunda e se matado ao retornar para casa.

Os vídeos gravados pelas câmeras mostraram o carro de Andreia sendo estacionado em frente ao colégio por volta da 1h15 da madrugada de segunda-feira. Porém, a pessoa que estava dentro do veículo só desembarcou às 6h30 da manhã. O indivíduo usava uma mochila e tinha altura compatível à do menino: ele saiu do carro e caminhou em direção à escola.

Fonte: Terra
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