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Polícia

Delegado volta a prisão após fazer vídeo 'zombando' ao ser solto no Amazonas

Ericson de Souza Tavares é investigado por suspeita de extorsão mediante sequestro; ele foi preso em março e solto no início de junho

24 jul 2024 - 15h24
(atualizado às 20h03)
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Delegado Ericson Tavares é investigado por extorsão mediante sequestro, ameaça e associação criminosa
Delegado Ericson Tavares é investigado por extorsão mediante sequestro, ameaça e associação criminosa
Foto: Divulgação/SSP-AM

Um delegado investigado por crimes de extorsão mediante sequestro, ameaça e associação criminosa no Amazonas foi preso novamente após decisão da Justiça. Ericson de Souza Tavares teria feito um vídeo 'zombando' após ser solto em junho. As imagens foram vistas pelo Ministério Público como afronta. As informações são do colunista Carlos Madeiro, do UOL

A decisão que fez o delegado voltar às grades partiu da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas, que acolheu o pedido feito pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-AM. Segundo a reportagem, Ericson publicou um vídeo nas redes sociais no dia 28 de junho, no qual aparece cantando um funk dentro de um carro de luxo.  Nas imagens, ele ainda mostra o dedo do meio e faz gesto obsceno. Após repercussão negativa, a conta foi apagada. 

"O paciente [delegado], além de cantar funk e usar palavrões, mostra o dedo do meio e zomba da situação que levou a sua prisão. A atitude do agente provocou indignação entre os internautas, que consideraram a ação um desrespeito às investigações e às vítimas dos crimes de extorsão e sequestro pelos quais ele e outros policiais foram acusados", afirmou o Gaeco no pedido. 

No vídeo, ele aparece cantando a música Oitavo Anjo, do Racionais. "Acharam que eu estava derrotado, quem achou estava errado. Eu voltei, 'to aqui. Se liga só, escuta aí'", diz o trecho postado. No entanto, ao invés de dizer, 'escuta aí', o delegado diz, 'se f*de aí', enquanto mostra o dedo do meio. 

"O agente insinua em suas redes sociais que estão acima da lei", diz o pedido. "Não se pode ignorar o fato de que Ericson de Souza Tavares é delegado da Polícia Civil, ou qual poder e influência inerentes ao cargo público. Tal circunstância, somada à publicação de vídeo nas redes sociais, em que escarnece do Poder Judiciário, cria medo nas vítimas e frustração nos agentes públicos que procederam a prisão do ora Paciente, temendo, inclusive, pelo resultado da sequência da investigação", complementa o Gaeco. 

Diante da decisão, o delegado se entregou na noite desta segunda-feira, 24, à Delegacia Geral de Polícia Civil de Manaus. 

Em nota ao Terra, o Ministério Público do Amazonas confirmou a solicitação do pedido de prisão, no entanto, esclareceu que o processo tramita em segredo de Justiça e, portanto, não poderá passar mais detalhes sobre o assunto.  A reportagem também tentou mais informações com a Secretaria de Segurança Pública Estadual e Tribunal de Justiça, mas não teve retorno até o momento. 

Investigação

Ericson foi preso no dia 23 de março, em Manacapuru, com outros oito agentes públicos e dois civis em uma ação da Polícia Militar. Na época, ele era delegado titular do 6° Distrito Integrado de Polícia de Manaus. 

Segundo a reportagem, a PM chegou até os suspeitos após uma família denunciar que uma casa havia sido invadida por homens de preto, que se identificaram como policiais, e sequestraram duas pessoas. Na ocasião, eles usavam capuzes. 

As buscas foram iniciadas e um dos carros usados foi identificado. O registro policial da conta de que o veículo foi abordado em uma rodovia de Manacapuru, onde se descobriu que os suspeitos eram o delegado e outros três policiais civis. Os quatro foram presos e a Justiça converteu a detenção para preventiva no dia 25 de março. 

Outros cincos policiais militares foram detidos suspeitos de integrar o grupo criminoso. Armas, carregadores, munições, celulares e coletes à prova de balas foram apreendidos com o grupo do delegado. 

Ericson foi solto no dia 6 de junho, após ficar dois meses preso e a Justiça conceder um habeas corpus. No entanto, um novo pedido de prisão foi feito pelo Gaeco no último dia 17.

O Terra não conseguiu contato com a defesa de Ericson de Souza Tavares, mas o espaço permanece aberto para manifestações. 

Fonte: Redação Terra
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