Deputado estadual do Rio é alvo de operação da PF contra fraude, corrupção e lavagem de dinheiro
Esquema criminoso contratava de forma fraudulenta empresas ligadas ao deputado Thiago Rangel (PMB)
A Polícia Federal realiza uma operação contra o deputado estadual do Rio de Janeiro Thiago Rangel (PMB), por suspeita de fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Na manhã desta segunda-feira, 14, são cumpridos mandados de busca e apreensão em residências, comércios e em quatro prédios públicos.
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Participam da Operação Postos de Midas a Polícia Federal (PF), a Receita Federal e o Ministério Público Estadual (MPRJ). Mais de 60 agentes atuam para cumprir 14 mandados em Campos dos Goytacazes/RJ e na Capital do Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo o inquérito policial, as investigações apontaram que um esquema criminoso de contratações diretas estava sendo realizado por meio de dispensa fraudulenta de licitação de empresas ligadas ao deputado.
A ação resulta em sobrepreço e no desvio de recursos públicos, com lavagem de dinheiro através de uma rede de postos de combustíveis.
Aumento de patrimônio
Batizada de "Postos de Midas", a operação faz uma analogia à história do Rei Midas da Frigia, que segundo a mitologia, tinha o poder de transformar em ouro tudo o que tocava.
O nome da operação foi escolhido devido ao aumento do patrimônio do investigado que, quando concorreu ao cargo de vereador pelo município de Campos dos Goytacazes, declarou um patrimônio de R$ 224 mil composto por dois veículos, participação no valor de R$ 60 mil em um posto de gasolina e um jet ski.
Já em 2022, quando concorreu ao cargo de deputado estadual, declarou um patrimônio de R$ 1.972 milhão. Atualmente, conta com uma vasta rede de postos de combustíveis, composta de 18 unidades, além de 12 empresas identificadas na investigação.
Investigação
A polícia cumpriu mandados na Prefeitura de Campos, onde Thiago Rangel foi presidente de uma empresa pública, e na Câmara de Vereadores da cidade.
O inquérito teve início depois do compartilhamento de provas após a prisão de um assessor do deputado, em setembro de 2022, por corrupção eleitoral. Desde então, a polícia faz um levantamento de informações a respeito do deputado. O assessor preso é doador de campanha na eleição municipal deste ano de Thamires Rangel, filha de Thiago, que foi a vereadora mais jovem eleita no país, aos 18 anos.
O Terra entrou em contato com a assessoria do deputado, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.