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Polícia

Deputado preso pela PF cogita candidatura ao governo de MT

26 jun 2014 - 19h33
(atualizado às 19h38)
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O deputado estadual José Geraldo Riva (PSD), de Mato Grosso, preso no dia 20 de maio durante a quinta etapa da operação Ararath, desencadeada pela Polícia Federal, contra crimes financeiros e lavagem de dinheiro, cogita lançar-se ao governo de Mato Grosso. Segundo ele, se sair candidato, estará atendendo a um pedido dos prefeitos do partido, que são maioria no Estado.

“Todos sabem da minha pretensão em não ser candidato, mas na verdade esse é um pedido dos prefeitos, não só do meu partido, mas basicamente do meu partido, que pleitearam a possibilidade de eu colocar meu nome", disse Riva, em uma reunião nesta quinta-feira com prefeitos, sobre a regulamentação do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab). "Conversei muito ontem com o vice-governador Chico Dalto (também do PSD), que sempre colocou que a qualquer momento, se houvesse a possibilidade da minha candidatura, ele estaria junto, me apoiaria.”

Daltro é o nome imediato do PSD para disputar a majoritária, mas entre ontem e hoje o deputado já falou com a imprensa mais de uma vez sobre sua disposição em disputar, caso seja de interesse do partido.

Riva se reúne ainda hoje para uma conversa interna no partido. “Se acharmos que tem viabilidade política, jurídica, vou sair candidato.”

O deputado, que tem foro privilegiado, ficou preso três dias, na Penitenciária Central da Papuda, em Brasília. Ele responde o processo em liberdade. Conforme investigações da Polícia Federal, José Riva pegou empréstimo ilegal de R$ 3 milhões com o BicBanco, sem o aval do Banco Central.

O superintendente do BicBanco no Estado, Luis Carlos Cuzziol, também ficou preso – mas por cinco dias.

O empréstimo teria sido feito através da empresa de combustível Amazônia Petróleo, de Gércio Mendonça Júnior, também preso na primeira fase da Operação, e que, por ter recebido o benefício da delação premiada, acabou indicando outros envolvidos, entre eles o deputado.

O despacho em que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autoriza prisões e mandados de busca e apreensão da Ararath, cita também o ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes, que continua preso na Papuda.

A convenção do PSD está marcada para o dia 30, mas o deputado irá confirmar publicamente nessa sexta-feira se o PSD o lançará.

O deputado reconhece que é difícil a sua condição jurídica e vai avaliar esse aspecto. “Todos os juristas alegam que sou inelegível. Existem pareceres dando conta da minha inelegibilidade, isso eu já sabia há algum tempo, mas como eu não tinha disposição de ser candidato, nunca me interessei em me aprofundar nessa discussão.”

O coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) em Mato Grosso, Antonio Cavalcanti, não alivia. “Ele é ficha suja e só tem como disputar vaga na Papuda.”

Riva está afastado da Assembleia Legislativa e responde a mais de 100 processos criminais e cíveis, alguns deles por peculato e lavagem de dinheiro.

Se sair candidato, informou que irá buscar o apoio da base aliada, que envolve o PT e o PMDB, partido do atual governador, Silval Barbosa.

O médico petista Lúdio Cabral vem articulando a base aliada e informa que no próximo domingo homologará candidatura própria, com um vice do PMDB, o empresário Rogério Ferrarin, de Lucas do Rio Verde, região forte no agronegócio. A decisão foi tomada ontem em uma reunião na casa do deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), mas Riva e Daltro não estavam presentes.

Lúdio assegura que não ficou incomodado com as declarações de Riva. “É um partido importante no Estado, que tem maior número de prefeitos e vereadores e uma bancada representativa na Assembleia. Então tem credenciais para lançar nome próprio, mas o que queremos é trazer o PSD para o nosso arco.”

O deputado Riva ainda vai avaliar se o PSD tem condições de lançar um nome isolado. “Uma andorinha só não faz verão e não dá para pensar que o PSD tem possibilidade de levantar uma candidatura sozinho.”

Fonte: Especial para Terra
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