Documentos apreendidos sugerem propina da Alstom na Petrobras
Faturas comerciais, acordos de consultorias, e-mails, extratos bancários e depoimentos obtidos durante uma operação da Polícia Federal sugerem que a Alstom pagou propina relacionada a um projeto da Petrobras no Rio de Janeiro. Trata-se da Termorio, maior termoelétrica a gás do Brasil, construída pela multinacional francesa. Os documentos foram apreendidos na ação da PF em 2006 que desmontou um golpe contábil contra Itaipu e outras companhias do setor elétrico. Nela, foram presas seis pessoas, entre elas um engenheiro da Alstom. As informações foram publicadas no jornal O Estado de S. Paulo.
O material foi anexado ao inquérito que deu origem à ação penal contra 11 pessoas do caso Alstom, aberta pela Justiça Federal em fevereiro por corrupção e lavagem de dinheiro da empresa francesa em um projeto de uma extinta estatal de energia paulista. A documentação indica que a Alstom pagou a uma empresa uruguaia por consultoria fictícia a respeito da obra da Termorio. De acordo com investigadores, o procedimento é o mesmo usado pela Alstom em diversos países para dissimular o pagamento de propina.
Em nota, a Alstom afirmou, que “não pode comentar sobre estas alegações, que predominantemente parecem referir-se a questões que ocorreram no início dos anos 2000 ou anteriormente, porque as investigações ainda estão em andamento”. A Petrobras não respondeu aos questionamentos até a edição do jornal ser concluída.