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Polícia

'Eles estavam rindo', diz filha de arrastada por PMs no Rio

Filha de Cláudia Ferreira da Silva afirma que policiais acharam que sua mãe tinha envolvimento com o tráfico de drogas e disse que não acredita na PM

18 mar 2014 - 10h42
(atualizado às 11h01)
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Os policiais militares que arrastaram uma mulher baleada pelas ruas do Rio de Janeiro acharam que ela era uma criminosa e estavam rindo antes de colocá-la dentro da viatura, conforme relatou Thaís Lima, filha de Cláudia Ferreira da Silva, em entrevista ao Bom Dia Rio. Segundo Thaís, sua mãe ainda estava consciente e respirava quando foi colocada no carro, mas falava frases desconexas e tinha muitos ferimentos. A família disse ainda que teve dificuldades para acompanhar Cláudia ao hospital - caminho que ela seguiria quando foi colocada no porta-malas do carro da polícia.

"Eles (os policiais) deram dois tiros nela: um no peito, que atravessou (o tórax), e um no pescoço ... depois quiseram levar ela. Eu falei que eles não iriam levar ela, mas me empurravam e levaram. Jogaram ela de qualquer jeito dentro do carro, ela ficou toda torta lá dentro. Depois desceram com ela, a porta estava aberta e ela caiu no meio do caminho", relatou a filha de Cláudia. "Se viram que estava ruim, por que não endireitaram e bateram a porta direito?"

Depois de ser ferida por dois tiros no Morro da Congonha, em Madureira, zona norte do Rio, Cláudia foi colocada pelos policiais no porta-malas do carro do 9º Batalhão de Polícia Militar (Rocha Miranda). Os PMs disseram que iam transportá-la para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, também na zona norte. No caminho, a porta traseira abriu, o corpo da auxiliar de serviços gerais ficou pendurado no veículo e ela foi arrastada, por cerca de 250 metros na Estrada Intendente Magalhães. Thaís relata que os policiais teriam atirado para o alto para afastar as pessoas. 

"Se quisessem prestar socorro, não teriam sido agressivos com ninguém. Estavam achando que minha mãe era uma bandida. falaram várias coisas e deram tiros para o alto. Falaram que ele era uma bandida, que ela estava dando café para os bandidos."

"Ninguém entendeu nada, a atitude deles... de chegar assim atirando, sem motivo. Não tinha bandido na rua. Eles falam que teve troca de tiros, mas não teve troca de tiros nenhuma", afirmou Thaís. "Eles estavam rindo. Eu perguntei: 'minha mãe trocou tiros com vocês? Minha mãe é bandida? Cadê a arma com que ela trocou tiros com vocês? Mostra!'. Eles ficaram quietos. Eles estavam rindo."

Os PMs envolvidos são o subtenente Adir Serrano Machado, o subtenente Rodney Miguel Archanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves. Os nomes foram divulgados pela Polícia Militar. "Não quero que isso fique impune. Eles têm que pagar pelo que fizeram."

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Fonte: Com informações da Agência Brasil
Fonte: Terra
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