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Polícia

'Eles não tinham inimigos', diz vizinha de família morta em chacina em SP

Artesã acredita ser "impossível" que o menino Marcelo Eduardo, 13 anos, tenha matado a família e cometido suicídio

6 ago 2013 - 11h24
(atualizado às 15h46)
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<p>O sargento Luis Marcelo Pesseghini e o filho Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini foram mortos a tiros em São Paulo</p>
O sargento Luis Marcelo Pesseghini e o filho Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini foram mortos a tiros em São Paulo
Foto: Facebook / Reprodução

Moradora há 32 anos da rua em que cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas na noite da última segunda-feira na Brasilândia, zona norte de São Paulo, a artesã Rosimery Teixeira, 50 anos, disse que o sargento Luis Marcelo Pesseghini, da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), e a mulher dele, Andreia Regina Bovo Pesseghini, não tinham inimigos. Além deles, foram assassinados o filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, a mãe de Andreia, Benedita de Oliveira Bovo, 67 anos, e Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos, irmã de Benedita.

"Eles não tinham inimigos e nenhum receio de ser PM. Ele (Marcelo) sempre chegava feliz em casa. (...) Minha casa fica nos fundos, a gente sempre escuta barulho de moto", disse ela, afirmando não ter ouvido barulho de tiros. Para a artesã, é "impossível" que o menino tenha executado a própria família e depois cometido suicídio.

"O Marcelinho não era capaz de fazer isso. Ele era muito amável, tinha um carinho enorme pela avó. Eu acho impossível, ele não ia sozinho nem ao mercado, quanto mais dirigir um carro", ressaltou. 

Os investigadores devem pedir à direção do Colégio Stella Rodrigues, onde Marcelo estudava, para ter acesso às imagens das câmeras de segurança. Eles buscam descobrir por que o carro de Andreia estava estacionado em frente ao colégio. De acordo com Rosimery, o garoto sempre ia embora de van escolar para casa. Hoje pela manhã, Renato Bovo, primo de Andreia, falou com a polícia em frente à casa da família.

Doença rara

A artesã informou ao Terra que Marcelo Eduardo tinha poucos amigos e sofria uma doença rara (fibrose no pulmão), mas era uma "criança normal": "Eu não sei dizer o que era, mas ele fazia tratamento e corria risco de vida. Desde muito pequeno ele tinha uma doença rara. (...) O menino não tinha muitos amigos, mas era uma criança normal".

Outra vizinha da família, identificada como Maria Aparecida de Oliveira, salientou que não ouviu disparos. "Não escutamos nada, nenhum tiro. O meu marido veio e me chamou, ele pensou que era um acidente. (...) É uma coisa sem explicação. Eles eram uma família muito legal, é como se fossem parentes da gente. O menino era muito calmo, ninguém o via na rua, ele ficava mais em casa brincando com a avó no quintal", disse. 

Dois policiais civis foram na manhã desta terça-feira à escola onde ele estudava. O colégio ficou fechado hoje devido ao crime. Todas as vítimas foram mortas a tiros sob circunstâncias que ainda não foram esclarecidas. Porém, a Polícia Militar descartou que a chacina tenha sido um ataque.

Chacina de família desafia polícia em São Paulo

Cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas na noite de segunda-feira, dia 5 de agosto, dentro da casa onde moravam, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Entre os mortos, estavam dois policiais militares - o sargento Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e a mulher dele, a cabo de Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos. O filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, também foi encontrado morto, assim como a mãe de Andreia, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e a irmã de Benedita, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos.

A investigação descartou que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar: o garoto teria atirado nos pais, na avó e na tia-avó e cometido suicídio. A teoria foi reforçada pelas imagens das câmeras de segurança da escola onde Marcelo estudava: o adolescente teria matado a família entre a noite de domingo e as primeiras horas de segunda-feira, ido até a escola com o carro da mãe, passado a noite no veículo, assistido à aula na manhã de segunda e se matado ao retornar para casa.

Os vídeos gravados pelas câmeras mostraram o carro de Andreia sendo estacionado em frente ao colégio por volta da 1h15 da madrugada de segunda-feira. Porém, a pessoa que estava dentro do veículo só desembarcou às 6h30 da manhã. O indivíduo usava uma mochila e tinha altura compatível à do menino: ele saiu do carro e caminhou em direção à escola.

Fonte: Terra
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