Embaixador boliviano pede por Justiça após morte de menino em SP
Uma semana depois do assassinato do boliviano Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos, por um assaltante em São Paulo, o embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, defendeu uma “reação em dupla direção” por parte do governo brasileiro. Para ele, é preciso punir os responsáveis pela morte da criança e ampliar a segurança nas áreas onde vivem os bolivianos que migram para o Brasil.
Justiniano Talavera alertou que é preciso redobrar os esforços para tentar uma solução para os bolivianos que são explorados no Brasil. Segundo ele, a desinformação associada ao medo agrava ainda mais a situação.
De acordo com o embaixador, atualmente há aproximadamente 250 mil bolivianos morando no Brasil, mas cerca de 15 mil são irregulares. “Infelizmente são muito explorados, embora a maioria seja de mão de obra qualificada, em geral, excelentes artesãos. A exploração existe pela desinformação por parte dos bolivianos, que não sabem que é possível ser legal no Brasil sem ter de passar por intermediários”, disse Talavera, que revelou que a exploração dos bolivianos no Brasil é tema constante de discussões de autoridades dos dois países.
“Recentemente fiz uma reunião com uma comissão de parlamentares que analisa a questão da exploração e do trabalho escravo. Os parlamentares conversaram com vários bolivianos que vivem em São Paulo e estão em uma situação que nos preocupa. Os deputados ouviram deles que não querem denunciar por medo. Medo das autoridades brasileiras e bolivianas. Tudo isso precisa ser trabalhado no esforço de impedir que essas situações se repitam”, falou o embaixador.
O ideal, ainda segundo Talavera, seria que os bolivianos trabalhassem na região de fronteira da Bolívia com o Brasil, “e os brasileiros passassem a comprar os nossos produtos (bolivianos) sem impor tarifas elevadas nem taxas”.