Empresa de segurança nega envolvimento com morte na USP
A empresa responsável pela segurança da festa de 111 anos do Grêmio Politécnico da Universidade de São Paulo (USP), em que o estudante Victor Hugo Santos, de 20 anos, foi visto vivo pela última vez, negou, nesta terça-feira, envolvimento na morte do jovem. Victor Hugo desapareceu na madrugada do último sábado e foi encontrado morto na manhã desta terça-feira na raia olímpica da USP.
No Facebook da irmã da vítima surgiu a informação de que seguranças da Cos Group teriam agredido o estudante. Porém, a empresa convocou uma coletiva de imprensa para negar a informação. A Cos Group está no mercado há 13 anos e há 6 atende a USP. No dia da festa, 140 funcionários participaram do evento que reuniu cerca de 5 mil pessoas.
"Durante a festa não houve incidentes, ocorrências que fosse preciso colocar alguém pra fora da festa. Isso é boato. Não chegou ao meu conhecimento. O que houve foram seguranças ajudando pessoas a irem até a enfermaria, pessoas que tinham ingerido muito álcool", afirmou Tony Feitosa, diretor de operações da Cos Group. "Acho improvável que isso tenha acontecido dentro da festa e eu não tenha sabido. Durante todo o evento não teve nenhum relato de briga. Do lado de dentro tenho certeza que não aconteceu", completou.
Feitosa disse ainda que a empresa é responsável apenas pela segurança interna da festa e confirmou a existência do uso de drogas pelos convidados no evento. Porém, o empresário disse que só houve apreensão de maconha e não de outras drogas como LSD.
"É padrão da empresa conversar com seguranças depois da festa pra ver se houve algo diferente, mas não teve nenhum relato. Houve uso de drogas. Pegamos bastante maconha porque é fácil de ser identificado por causa do cheiro, mas foi coibido conforme nosso trabalho. Não dá pra ver todas as pessoas usando. Já o LSD não tem como detectar", explicou.
O advogado da empresa, Arthur Marinho, disse que seus clientes ainda não foram intimados a prestar depimento no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), mas que a Cos Group está a disposição da investigação. Marinho também caracterizou como um "boato irresponsável" a informação de que os seguranças agrediram Victor Hugo.
"Acredito que devamos ter muita responsabilidade no que está sendo declarado. Acho muito pouco provável que em um evento pra 5 mil pessoas nenhuma tenha feito um vídeo, uma imagem. Além disso, o corpo não tinha qualquer sinal de escoriação ou lesão que pudesse sinalizar ter havido um embate. O segurança não está lá porque quer, porque gosta, está zelando pela integridade física de quem se encontra. Temos que nos pautar por fatos e não por boatos", declarou Marinho. "Acho que não podemos ser irresponsáveis. É importante tratarmos isso com bastante responsabilidade", completou.
Questionado como era feito o trabalho de revista antes da festa, o advogado afirmou não ser possível fazer uma revista íntima e que por isso, muitas vezes, não é viável controlar todos os objetos que entram no evento.