ES: estagiária é suspeita de maus-tratos a criança em escola
Uma estagiária de uma escola municipal de ensino fundalmental foi indiciada por maus-tratos causados em uma criança de 10 anos portadora de necessidades especiais em Serra (ES). O inquérito da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) foi concluído na segunda-feira. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal da Serra, e a suspeita responderá em liberdade. Se condenada, poderá pegar de um a quatro meses de detenção.
O fato ocorreu em maio deste ano. De acordo com o delegado Érico Mangaravite, a mãe da criança acionou a polícia após buscar o filho na escola e notar que ele estava arranhado no pescoço. “Após conversar com uma pedagoga da instituição, a mãe foi informada que a estagiária que acompanhava a criança há nove dias foi embora mais cedo. Em seguida, ao retirar a camisa do menino, a mãe constatou que ele apresentava outras lesões. Por isso, ela registrou a ocorrência”, informou.
A criança foi submetida a exame de lesões corporais e o laudo apontou que ela apresentava diversas escoriações de tamanhos pequenos nas axilas, no pescoço, nos braços, no peito e nas costas. Um dia depois de ter ido à delegacia, a mãe do menino assistiu a um vídeo feito pelas câmeras de segurança da escola, onde foi possível visualizar a criança sendo agredida pela estagiária. Em seguida, a secretaria de Educação de Serra enviou à polícia o DVD com as imagens obtidas na escola.
Em depoimento, a estagiária declarou que atuava na escola há aproximadamente 15 dias, onde foi designada a acompanhar o menino. Ela disse também que foi orientada a ficar atenta à criança, já que ele era muito ativo e tinha o hábito de correr de olhos fechados, não se desviando de objetos. “Ela afirmou que no dia do fato, o menino ficou muito agitado ao assistir os demais alunos que praticavam Educação Física e, por isso, foi muito difícil contê-lo, reconhecendo que ao segurá-lo acabou arranhando o pescoço da criança. Ela afirmou ainda que o menino se debateu bastante enquanto era contido. Em razão disso, procurou a pedagoga da escola, a quem comunicou desistir das funções que tinham lhe atribuído, por não conseguir controlar a criança”, relatou Mangaravite.
A criança também foi ouvida, mas não respondeu nenhuma das perguntas. O menino foi submetido a exames no Departamento Médico Legal (DML). “O laudo de lesões corporais foi analisado e apontou que a criança apresentava diversas escoriações de tamanhos pequenos nas axilas, no pescoço, nos braços, no peito e nas costas”, completou o delegado.