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Polícia

Estudante sofre estupro; suspeita é de intolerância política

Caso aconteceu próximo ao campus da Universidade de Fortaleza (Unifor), nesta quinta-feira (25)

26 out 2018 - 18h47
(atualizado às 18h47)
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Uma estudante de 33 anos foi vítima de estupro ontem (25) próximo ao campus da Universidade de Fortaleza (Unifor), onde estuda. O crime gerou comoção e diversas entidades e estudantes protestaram na manhã de hoje em frente à instituição. A suspeita é que o crime tenha ocorrido por intolerância política.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), o crime foi denunciado na noite de quinta-feira. A mulher se dirigiu à Casa da Mulher Brasileira e foi acolhida no Centro de Referência da Mulher por uma equipe de assistentes sociais e psicólogos. Ela foi encaminhada para a Perícia Forense para realização de exame de corpo de delito e, em seguida, a uma unidade de saúde para ser medicada.

Universidade de Fortaleza teve protestos nesta sexta-feira (26)
Universidade de Fortaleza teve protestos nesta sexta-feira (26)
Foto: Ares Soares / Divulgação

A cópia de uma mensagem supostamente enviada para a estudante circula nas redes sociais. No texto, há a ameaça de estupro e a pessoa a chama de comunista.

Estudantes da Unifor e de outras universidades realizaram um protesto na manhã de hoje (26) contra a violência sofrida pela mulher e contra a intolerância política.

Nota da OAB

Em nota, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará (OAB/CE) disse que acompanha o caso "com consternação" e que o crime aparentemente ocorreu "por motivações políticas". Ainda segundo a nota, a estudante havia denunciado a autoridades de segurança que recebia ameaças há vários dias.

"É lamentável e repugnante o nível que se chega nessas eleições. É preocupante o empoderamento de grupos que repercutem o discurso de ódio", frisa a nota da comissão.

A OAB/CE faz parte do recém-lançado Observatório da Intolerância Política e Ideológica do Ceará, que monitora e acompanha denúncias e casos de violência relacionados a preconceitos, discriminações e intolerância. O observatório é formado também pelas Defensorias Públicas da União (DPU) e do Estado (DPE) e pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDH).

O Ministério Público Estadual (MPCE) informou que está em contato com a Polícia Civil do Ceará para colaborar no esclarecimento do crime e punir os responsáveis. O caso está sob responsabilidade da Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza.

A Unifor também lançou nota repudiando a violência sofrida pela estudante e afirmando que "está tomando as medidas cabíveis junto às autoridades competentes e coloca a sua estrutura de apoio jurídico e psicológico para acompanhamento."

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