Executivo da Yoki foi decapitado ainda vivo, diz advogado
O advogado Luiz Flávio D'Urso, contratado pela família do empresário Marcos Matsunaga, afirmou nesta quinta-feira que o laudo do Instituto Médico Legal sobre o assassinato do ex-executivo da Yoki aponta para uma "reviravolta" no caso. De acordo com D'Urso, os dados levantados pela perícia contradizem a versão de Elize Matsunaga, assassina confessa de Marcos. Segundo o advogado, a vítima estava viva quando foi decapitada pela mulher. Procurada, a Polícia Civil não confirma, nem desmente as informações.
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"O laudo aponta como causas mortis asfixia por sangue em consequência de uma decapitação. Esse sangue o asfixiou, levando-o à morte. Se estava respirando neste momento, ele, logicamente, ainda estava vivo", concluiu.
Em depoimento à polícia, Elize afirmou ter disparado em Marcos após uma discussão sobre uma suposta traição dele. Ela teria, ainda, esperado 10 horas, tempo para o corpo ficar endurecido e com sangue coagulado, e depois o levado para o quarto de empregada. Lá, com uma faca de cerca de 30 cm, Elize teria cortados os membros inferiores e superiores do marido, rasgando as cartilagens. Em seguida, disse ter cortado o tronco e a cabeça. Essa versão, de acordo com D'Urso, foi desmentida pelo laudo.
A perícia também aponta que o tiro desferido contra Marcos foi dado de cima para baixo. Como Elize é menor que o executivo, D'Urso alega que o dado contradiz a versão de que o disparo foi dado durante uma discussão do casal. Para ele, este pode ser um indicativo de que houve premeditação na execução do crime. "Para saber se ela arquitetou algo, é preciso continuar com as investigações", diz.
Empresário é esquartejado
Executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo a investigação, o empresário foi assassinado com um tiro e depois esquartejado. Principal suspeita de ter praticado o crime, a mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, 38 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho. Ela e Matsunaga eram casados há três anos e têm uma filha de 1 ano. O empresário era pai também de um filho de 3 anos, fruto de relacionamento anterior.
De acordo com as investigações, no dia 19 de maio, a vítima entrou no apartamento do casal, na zona oeste da capital paulista e, a partir daí, as câmeras do prédio não mais registram a sua saída. No dia seguinte, a mulher aparece saindo do edifício com malas e, quando retornou, estava sem a bagagem. Durante perícia no apartamento, foram encontrados sacos da mesma cor dos utilizados para colocar as partes do corpo esquartejado do executivo. Além disso, Elize doou três armas do marido à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo antes de ser presa. Uma das armas tinha calibre 380, o mesmo do tiro que matou o empresário.
Em depoimento dois dias depois de ser presa, Elize confessou ter matado e esquartejado o marido em um banheiro do apartamento do casal. Ela disse ter descoberto uma traição do empresário e que, durante uma discussão, foi agredida. A mulher ressaltou ter agido sozinha.