Família de mulher arrastada: ‘não pode ser mais uma estatística’
Primo de Cláudia afirmou que familiares processarão o Estado do RJ
A família de Claudia da Silva Ferreira, baleada durante uma operação policial na manhã deste domingo na comunidade de Congonha, em Madureira, na zona norte da cidade, quer processar o governo do Estado do Rio pela sua morte.
Após ser atingida por um disparo durante a operação, Cláudia, que tinha 38 anos, foi socorrida pelos PMs que a colocaram dentro do porta-malas de uma viatura e a levaram para o hospital Carlos Chagas. Imagens de um cinegrafista amador obtidas pelo jornal Extra mostram que no caminho até o hospital o porta-malas se abriu e parte do corpo da moradora foi arrastado pela rua por cerca de 250 metros, causando ainda mais ferimentos à vítima, que acabou morrendo.
Durante o enterro, realizado nesta segunda-feira no Cemitério de Irajá, na zona norte do Rio, familiares e amigos se despediram de Cláudia, que, além dos quatro filhos, ainda tomava conta de outros quatro sobrinhos. Ela foi baleada no domingo pela manhã a caminho da padaria. Primo de Cláudia, Diego Gomes diz que deve procurar a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa ainda hoje. “Vamos processar o Estado. Essa morte não pode ser apenas mais uma estatística”, afirmou.
Muito emocionado o marido de Cláudia, Alexandre Ferreira da Silva, 41 anos, descreveu a esposa como uma pessoa batalhadora e correta e culpou a polícia pela morte. “Todos tem medo da PM dentro da comunidade. Eles entram atirando, não pensam em ninguém. Eles mataram a minha mulher”, afirmou.
Os três PMs envolvidos no socorro de Cláudia tiveram a prisão determinada e, segundo corporação, irão passar por um processo administrativo que pode culminar com a sua expulsão. Mais cedo o porta-voz da PM, tenente-coronel Cláudio Costa e classificou a ação dos PMs como uma “conduta que não é tolerável”.