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Polícia

Família denuncia estupro coletivo e agressões a adolescente em escola de Recife

Adolescente tem 12 anos e chegou a ser ameaçado com uma arma dentro da unidade escolar

22 jul 2022 - 12h44
(atualizado às 13h21)
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Caso teria ocorrido dentro de uma escola estadual de Recife
Caso teria ocorrido dentro de uma escola estadual de Recife
Foto: Reprodução/TV Globo

A família de um adolescente de 12 anos denunciou à Polícia Civil de Recife que ele foi vítima de agressões físicas e estupro coletivo dentro de uma escola estadual. Segundo a mãe, o filho teria sido ameaçado com uma arma de fogo dentro do banheiro da unidade escolar. O caso é investigado. 

De acordo com informações divulgadas pela afiliada da TV Globo em Pernambuco, o caso teria ocorrido na Escola Othon Bezerra de Melo. As agressões contra o menino teriam começado neste ano, quando ele passou a frequentar a unidade presencialmente, e pouco tempo depois, a família notou a mudança de comportamento dele. 

"Ele é alegre, brincalhão, divertido, muito comunicativo. Depois, ele começou a se isolar, não queria ir para lugar nenhum. Tava sempre com dores de cabeça, triste, foi mudando", explica a mãe, que não teve o nome revelado. 

A revelação de que algo estava errado foi feita para a avó. "'Vó, eu preciso que a senhora me ajude. Eu não posso mais ir para a escola, senão eu vou morrer. Se eu continuar indo para a escola, eu vou morrer'. Aí foi quando a avó dele me contou e eu fiquei desesperada. Tentei conversar com ele. O que ele conseguia falar era tão pouco, ele entrava numa crise nervosa. Falava: 'para, para, para. Eu não consigo, mãe, eu não consigo falar'", relata.

Com medo da situação, o adolescente fingia que ia para a escola, mas faltava sem que a família soubesse, até que uma representante da unidade ligou para saber o motivo das faltas, e a mãe contou que achava que o filho estava em perigo e com medo de voltar para a unidade. 

De acordo com a mulher, a escola disse que era tudo da cabeça do menino e que não era verdade. Diante da situação, os pais decidiram trocar o adolescente de escola. 

Aos poucos, o adolescente foi revelando à mãe o que estava acontecendo. Segundo ela, outros alunos pediam dinheiro à ele, e quando não conseguiam, batiam no menino. Os suspeitos até entravam na sala de aula na hora do intervalo e o espancavam no chão para ninguém ver. 

"Chegaram ao ponto de colocar ele no banheiro, aí botaram uma arma na cara dele, e foi quando três deles o seguraram e outros cometeram o abuso", revela. A mãe disse que pensou que as marcas no corpo do filho eram por causa dos treinos esportivos, já que o menino era atleta. 

O adolescente não havia contado antes por medo das ameaçadas feitas a eles e aos seus familiares. A denúncia foi feita primeiramente ao Conselho Tutelar, e está sendo acompanhada por um advogado. 

"Foi dentro da escola, durante o horário de aula, e esses alunos chegam a ser até alunos fora de faixa [...], alguns até maiores de idade", afirmou o advogado da família, Adalberto Barros.

O caso foi levado à Delegacia de Crimes Contra Criança e Adolescente em abril, e registrado como ameaça e estupro de vulnerável. A vítima passou por exames junto ao Instituto Médico Legal (IML), e passa por acompanhamento psicológico, já que foi diagnosticado com síndrome do pânico. 

Traumatizada e com medo das ameaças, a família decidiu se mudar de cidade.  "Acabou a saúde mental, social, acabou a vida do meu filho", finaliza a mãe. 

Posicionamento 

Em nota ao Terra, a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE/PE) informou que a direção da escola tomou conhecimento do caso no dia 18 de abril, durante uma reunião convocada pelo Conselho Tutelar. A gestão da unidade de ensino prestou depoimento no início de junho e está à disposição para ajudar nos trabalhos da polícia. 

A pasta ainda reitera o compromisso com a cultura de paz no ambiente escolar, onde todo e qualquer tipo de preconceito é inadmissível. "Em casos de violência, os estudantes são orientados a informar aos professores e a gestão da escola, que fazem uma escuta ativa e tomam as medidas cabíveis para sanar o problema." 

O Terra também procurou a Polícia Civil de Recife, mas até a última atualização, não obteve resposta. 

Fonte: Redação Terra
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