Familiares de Amarildo fazem passeata na Rocinha
Aos gritos de indignação e sentimento de revolta, os familiares e amigos de Amarildo fizeram hoje um protesto repetindo o percurso feito quando Amarildo foi levado por policiais em 14 de julho desse ano e foi torturado até a morte por policiais militares na sede da UPP.
A manifestação também foi para demonstrar a indignação dos moradores pela falta de respeito na abordagem dos moradores e violência cometida por policiais de UPP nas favelas. O movimento também manifestou apoio aos outros desaparecidos e mortos pela polícia.
“Não é porque somos da favela que nossos filho são bandidos, policial, nenhum, pode bater neles, não pagamos policiais para destruir nossas famílias. Queremos o corpo de Amarildo, ele merece um enterro digno. Não queremos essa polícia que bate e humilha. Cadê o bandido do Cabral e do Beltrame que ainda não se pronunciaram depois que os policiais foram incriminados? Essa UPP é um lixo e só serve para destruir famílias", desabafou Michelle Lacerda, sobrinha do Amarildo.
A mulher de Amarildo, senhora Elisabeth gritava com muita revolta: “Fora UPP, UPP entrou a Paz acabou, UPP pra que, pra matar ou pra morrer?"
O protesto seguiu até o local da tortura e morte do ajudante de pedreiro, onde foi realizado um enterro simbólico do corpo de Amarildo, a família e os amigos fizeram orações e ascenderam velas no local.
O sumiço de Amarildo
Polícia Pacificadora (UPP) na comunidade. O ex-comandante da unidade sustentou que o pedreiro foi ouvido e liberado, mas nunca apareceram provas que mostrassem Amarildo saindo da UPP, pois as câem frente à UPP. E eles ainda não contavam que uma outra câmera, mais para o fim da escada, estava em pleno funcionamento e não registrou a passagem do pedreiro como eles alegavam", completou ainda a promotora do Gaeco.
Os dez primeiros PMs denunciados e já presos negam participação no crime. O corpo de Amarildo segue com paradeiro desconhecido - no último dia 27 de setembro, uma ossada foi localizada no município de Resende, no sul do Estado do Rio de Janeiro. A necrópsia realizada, no entanto, não foi esclarecedora e um novo exame será realizado a fim de concluir o relatório para definir se trata-se, ou não, do ajudante de pedreiro morador da Rocinha.