Filho de Bolsonaro diz que juíza morta 'humilhava réus'
O deputado estadual pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro (PP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), afirmou na manhã desta sexta-feira, em sua página no Twitter, que a juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo (RJ), assassinada na madrugada de hoje, tinha o costume de "humilhar gratuitamente réus". Para o deputado, a magistrada colecionava muitos inimigos, "não pelo exercício da profissão", mas por suas supostas atitudes de humilhação.
"Que Deus tenha essa juíza, mas a forma absurda e gratuita com que ela humilhava policiais nas sessões contribuiu para ter muitos inimigos", afirmou. Diante da repercussão negativa de sua frase na rede de microblogs, Flávio Bolsonaro completou: "A patrulha do politicamente correto e os 'pré-conceituosos' começam a botar palavras na minha boca sobre a morte da juíza... repudio a morte da juíza, apenas disse que ela teria muitos inimigos, não pelo exercício da profissão, mas por humilhar gratuitamente réus".
"Cansei de receber em meu gabinete policiais e familiares, (...) acusando-a de chamá-los de 'vagabundo' e 'marginal' nas oitivas. Orientava sempre que deveriam formalizar denúncia no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra ela, por abuso de autoridade, nunca para tomar atitude violenta contra ela", disse.
Juíza estava em "lista negra" de criminosos
A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados pelo menos 15 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.
Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.