Flordelis escondeu dinheiro nas partes íntimas em visita na cadeia, diz policial
Fabiana Borges Ribeiro foi ouvida em inquérito que apura se Flordelis sofre extorsão e ameaças na prisão
A ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza voltou de uma visita na penitenciária Talavera Bruce, no Rio de Janeiro, com dinheiro nas partes íntimas e números de telefones de advogados escritos por dentro da calça, contou a policial penal Fabiana Borges Ribeiro, em um inquérito que apura se Flordelis sofre extorsão e ameaças na cadeia.
Segundo informações do jornal Extra, Fabiana relatou o episódio em depoimento na última quinta-feira, 27. A policial é apontada por Flordelis como uma das responsáveis por "constrangimentos" sofridos na prisão.
No inquérito, Fabiana disse que no dia 4 de outubro, a ex-deputada foi flagrada por uma câmera tentando tirar algo da calça. Nesse momento, a presa foi levada para outro setor e, em conversa com policiais, retirou R$ 72 das partes íntimas.
Em seguida, ao revistarem Flordelis, foram encontradas as anotações de telefones. Antes dos nomes dos advogados, também havia o termo "dr".
Depois do episódio, um procedimento disciplinar contra Flordelis foi aberto pela Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro.
A versão de Flordelis
Ainda conforme o jornal, o inquérito foi aberto após Flordelis enviar uma notícia-crime à polícia afirmando que, desde maio, depois de um celular ser encontrado em sua cela, tem sofrido constrangimentos, com "promessas de injustos graves" contra sua vida.
De acordo com a ex-deputada, ela estava pagando "taxas de pedágio" a internas e agentes para "preservar sua integridade", mas, mesmo assim, as ameaças continuam.
Flordelis admitiu que no dia 4 de outubro entrou com dinheiro escondido "em ato de desespero", já que estava com dificuldades para pagar os valores exigidos. A policial penal Fabiana negou as denúncias da ex-deputada.
"É lamentável que uma pessoa presa tenha tido sua integridade física e psicológica violada, principalmente por se tratar de alguém sob a custódia do Estado. Isso demonstra toda a perversidade deste processo. A desumanização que fizeram com ela desde o início. Um caso triste que afronta os direitos humanos e as garantias fundamentais de Flordelis", afirma Rodrigo Faucz, um dos advogados de Flordelis, ao Extra.
Flordelis está presa preventivamente desde agosto do ano passado e é investigada pela morte do ex-marido, o pastor Anderson do Carmo, executado a tiros em junho de 2019. O julgamento dela está previsto para dezembro.