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Polícia

Forças Armadas ocupam a comunidade da Maré no Rio de Janeiro

5 abr 2014 - 08h16
(atualizado às 12h41)
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Forças Armadas começaram a ocupar a favela da Maré neste sábado no Rio de Janeiro
Forças Armadas começaram a ocupar a favela da Maré neste sábado no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Tropas das Forças Armadas ocupam desde a madrugada deste sábado o complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro. Os militares estão concentrados nas entradas do complexo, que tem 15 comunidades, e irá receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). É possível ver carros blindados e jipes, além de um helicóptero que sobrevoa a região. Alguns militares estão com armas com balas de borracha. 

Os carros, motos e vans que estão entrando nas favelas estão sendo revistados. Os motoristas têm inclusive que abrir as malas e caixas de isopor que estejam transportando. Mesmo moradores que estão a pé estão sendo revistados e precisam abrir mochilas e mostrar documentos.

A situação é de tranquilidade nos acessos às favelas. A Polícia Militar e Forças Armadas afirmam que não há registro de confronto. 

Valdir dos Santos, 67 anos, que trabalha há dez anos em um bar na favela Nova Holanda e mora há 40 no local, disse que a ocupação está deixando a situação na comunidade "melhor". "Para mim, está bom. A gente normalmente tem que pagar R$ 45 por semana para ter segurança aqui na rua", disse, referindo-se à cobrança ilegal a que os comerciantes são submetidos em várias favelas do Rio. 

<a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/brasil/upps-sob-ataques/" data-cke-962-href="http://noticias.terra.com.br/brasil/upps-sob-ataques/">veja o infográfico</a>

Os moradores circulam normalmente nas ruas perto da avenida Brasil e o comércio está funcionando. Muitos moradores ainda evitam falar com a imprensa. Uma moradora que não quis se identificar disse que policiais militares entraram em casas da favela nesta semana sem mandado. "Quero ver trazer mais saúde, saneamento e escolas para cá", disse.

Moradora há 40 anos da favela vila dos Pinheiros, a comerciante Fátima Cristina, 44 anos, disse que espera que a sensação de segurança na região melhore com a presença da Marinha e da Aeronáutica. Mas faz uma crítica à Operação São Francisco, nome dado à ocupação das Forças Armadas. "Não deveria ser com data marcada. Assim, as pessoas ficam sabendo e saem, se preparam", considerou. Fátima revelou que não confia totalmente nos militares. "Se eu falar que não tenho desconfiança estarei mentindo", afirmou.

Já para o aposentado Manuel Rodrigues de Moraes, 69 anos, o fato de as Forças Armadas estarem à frente da operação, e não a PM, faz diferença. "Quem conhece o Exército, sabe que ele é respeitado. A polícia se vende e isso estraga a polícia", disse Moraes. Para ele, entrada dos militares é positiva. "Está bom demais. Sempre pedi isso a Deus. Para quem não tem bandido na família, a vida vai melhorar", afirmou.

O aposentado contou que na região onde mora, na favela Parque Rubem Vaz, já foi vítima de violência várias vezes. "Já sofri muito aqui. Já fui esfaqueado na porta de casa", contou.

Em algumas casas da Maré há adesivos de entidades de Direitos Humanos com uma espécie de aviso às forças de segurança para que eles não cometam violações e abusos contra moradores. "Conhecemos nossos direitos. Não entre nessa casa sem respeitar a legalidade da ação", dizem os adesivos, que informam o telefone da Corregedoria da Polícia Militar para denúncias. 

Troca de Comando

Pouco depois das 9h, a Polícia Militar do Rio passou o comando da operação de ocupação no complexo de favelas da Maré para as Forças Armadas. As bandeiras do Estado do Rio de Janeiro, do Brasil e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram retiradas do local onde estavam hasteadas, em uma base na vila dos Pinheiros. Um bandeirão do Batalhão de Choque da Polícia Militar também foi removido. Os carros do Batalhão de Choque que estavam nessa área foram retirados e tanques militares ocuparam o local.

Às 5h, os 300 policiais militares do Batalhão de Choque, do Bope e de outras unidades começaram a sair do complexo, à medida que os militares do Exército e da Marinha ocupavam a região. Às 8h, os carros da PM que estavam em postos de vigilância em vias de acesso à Maré saíram de seus postos. "Foi uma transição tranquila", disse o coronel Alexandre Fontenelle, comandante do Comando de Operações Especiais da PM. Cerca de 200 PMs de uma companhia especial ficarão no local, trabalhando sob o comando das Forças Armadas, junto com os 2,5 militares da Marinha e do Exército.

Cerca de 2,7 mil homens da Forças de Pacificação permanecerão na Maré pelo menos até 31 de julho. Desse total, 2.050 são da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército, 450 da Marinha e 200 são da Polícia Militar, além de uma equipe avançada da 21ª Delegacia de Polícia. A Força Aérea poderá disponibilizar recursos operacionais. A Maré tem cerca de 10 quilômetros quadrados. 

<strong><a data-cke-saved-href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/sistema-prisional-brasil/" href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/sistema-prisional-brasil/">Sistema prisional do Brasil</a></strong>

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Terra
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