Fundação cultural "financiava" grupo político em SC
Escutas mostram irregularidades em licitações e na liberação de verbas para eventos realizados em Florianópolis
Escutas telefônicas realizadas pela Polícia Federal, que compõem o inquérito da “Operação Ave de Rapina”, mostram uma série de irregularidades em licitações e na liberação de verbas para eventos realizados em Florianópolis nos últimos dois anos.
A principal “fonte de recursos” do grupo, que continua preso na capital catarinense, é a Fundação Franklin Cascaes, entidade criada para fomentar a cultura na cidade. O ex-presidente João Augusto Fraysleben Valle Pereira teria cometido, de acordo com a PF, os crimes de peculato, falsidade ideológica e até cobrança de propina para confecção de projetos. Doações para eventos como a Festa Açoriana, além da Fenaostra e do Carnaval de 2014 estão sendo investigados.
Segundo o inquérito da Polícia Federal, as licitações para os serviços como montagem de palco, sonorização e mão de obra teriam sido “manipuladas” pelo grupo, com a participação do vereador Marco Espíndola, o Badeko (PSD), que também permanece detido.
“A constatação é que a fundação define nas licitações qual empresário será o vencedor, pelo municiamento deste com informações privilegiadas ou através de diretrizes a serem adotadas no processo licitatório, como o fracionamento de despesas”, consta no inquérito feito pela PF.
Badeko, que permanece detido desde o último dia 12, é apontado no inquérito como “facilitador” para contratação de bandas que se apresentaram na última edição da Fenaostra no mês passado, além da liberação de recursos para entidades durante o Carnaval. A liberação ocorreria para que as entidades confeccionassem um número determinado de camisetas, o que acabava não acontecendo.
Além dos suspeitos que já se encontram detidos e de outros que foram conduzidos de forma coercitiva para prestarem depoimento, a PF analisa a participação de outras empresas e servidores na cidade de Florianópolis.