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Polícia

Governo de SP afasta diretor do Deic e delegado citados em delação de Gritzbach, morto em aeroporto

Decisão foi tomada para "garantir a isenção das investigações”, segundo a SSP

20 dez 2024 - 19h06
(atualizado às 20h27)
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Fábio Pinheiro Lopes, afastado do comando do Deic, nega acusações
Fábio Pinheiro Lopes, afastado do comando do Deic, nega acusações
Foto: Giovanna Castro/Estadão / Estadão

O delegados Fábio Pinheiro Lopes, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e Murilo Fonseca Roque, do 3° DP de São Bernardo do Campo, foram afastados preventivamente pelo Governo do Estado de São Paulo, por terem sido citados na delação de Vinicius Gritzbach, envolvido em esquemas de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos.

No depoimento prestado em setembro, o empresário afirmou que repassou dinheiro ao seu advogado para subornar autoridades. Em nota enviada ao Terra, a Secretaria de Segurança Público informou que a decisão pelo afastamento “foi tomada para garantir a isenção das investigações”.

Também conhecido como Fábio Caipira, Pinheiro Lopes comandou o Deic enquanto Gritzbach era investigado pelo assassinato de Anselmo Santa Fausta, vulgo Cara Preta, um dos líderes do PCC.

Em coletiva de imprensa nesta sexta, o diretor do Deic definiu o afastamento como “injusto” e destacou que a investigação ocorreu "na mais estrita legalidade", sem que obtivesse qualquer vantagem.

"Me encontrei com esse advogado apenas uma vez, por poucos minutos, em 29 de abril de 2022. Ele chegou à minha sala perguntando sobre o caso [de Gritzbach] e eu o encaminhei ao delegado responsável. Não recebo advogado de bandido", disse o delegado.

Pinheiro Lopes também destacou que não foi informado formalmente sobre o afastamento e que recebeu a notícia pela imprensa. Ele está de férias e havia apenas sido chamado para uma reunião quando retornasse. 

A delação de Gritzbach diz que o advogado Ramsés Gonçalves teria feito uma reunião com o deputado estadual Delegado Olim (PP) e com os delegados Murilo Roque e Fábio Lopes, e cobrado R$ 5 milhões do delator, sendo R$ 800 mil para honorários e R$ 4,2 milhões para um suposto pagamento de propina, segundo o Estadão Conteúdo.

Olim afirmou que nunca teve contato próximo com o delator e negou as acusações. Ramsés também refutou o depoimento e disse "não ter tratado em momento algum sobre a investigação do Sr. Vinicius com os agentes públicos mencionados na denúncia".

Além dos delegados citados, a Secretaria de Segurança Pública informou que a delegada Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez solicitou o desligamento da Corregedoria da Polícia Civil. Ele se colocou à disposição para continuar em outro setor, que será efetivado na próxima semana. 

De acordo com o Estadão, ela é tia de Eduardo Lopes Monteiro. O investigador é um dos presos pela Operação Tacitus, resultado do cruzamento de diversas investigações sobre o PCC e consequência da delação de Gritzbach.

* Com informações de Estadão Conteúdo.

Execução de delator do PCC ocorreu no setor de desembarque do aeroporto.
Execução de delator do PCC ocorreu no setor de desembarque do aeroporto.
Foto: Ítalo Lo Re/Estadão / Estadão
Fonte: Redação Terra
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